sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

After the rain

Gosto de ouvir chover deitada no sofá ou na cama. Dá-me a segurança de que preciso para continuar a acreditar e acreditando, ser feliz.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

22 de Dezembro

É a tua cara que está impressa (e não um número) na cautela de lotaria que o meu coração comprou.
Talvez a certeza do prémio retire aventura e risco ao jogo, mas sinto-me mais bafejada pela sorte com a calmaria mansa da tua mão a acariciar-me a pele do que com a perspectiva de inúmeros zeros à direita numa qualquer conta bancária.

Sinto-te em mim

Comecei a escrever-te há muito tempo, mascarando a segunda pessoa com outras caras por medo a que me achasses ridícula, a que te ofendesses, a que já não quisesses fazer parte da minha vida.
Agora o sol nasce todos os dias quando te levantas e adormece quando te deitas. A luz que irradias aquece-me a alma e apazigua-me os sobressaltos, arrancando-me sorrisos quando menos os espero. O teu toque desperta em mim mil vulcões subcutâneos e basta um suspiro teu para me entregar. A maneira como me olhas afasta as nuvens de dúvidas e incredulidade, e ainda que chova lá fora, no meu coração há um céu (ora azul ora estrelado) a colorir-me o caminho.

domingo, 28 de novembro de 2010

Depending on the kindness of strangers

Ficar fechada na varanda quando se está de pijama com uns 10 graus na rua e os vizinhos todos da aldeia a ver a maluca da professora a ser salva pelos bombeiros tem a sua piada. Ou não.
(Deve ter. Só isso explica que ainda me esteja a desfazer em gargalhadas apesar dos valentes euros que me vão custar os vidros duplos da cozinha.)

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Someone

Talvez ela tivesse razão na vez em que foi mais cruel.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

E agora está na moda dizer que sou bruta

No meu mundo interior nada justifica uma mentira. Assim que, se vires que me esquivo, que respondo por meias palavras, que mudo de tema recorrentemente, não forces, não insistas... Quando não sabemos mentir lançamos a verdade como um murro certeiro sem nos conseguirmos controlar.

Percebi a tua importância no momento em que comecei a escrever sobre ele na 3ª pessoa.

I'm no Juliet

Não quero suspiros, nem promessas feitas ao luar. Não sonho com mãos dadas (de dedos entrelaçados), nem com passeios demorados em praias desertas, nem mesmo com juras verdadeiras ou não. Não desenhes corações a canivete em bancos de jardim ou troncos de árvore, não imagines cercas brancas, nem baloiços num quintal. Não exijo lugares-comuns nem paralelismos de carácter. Tu és tu, eu sou eu. Gosto das nossas diferenças.
Sei que não és fácil e já me disseram demasiadas vezes que não sei abraçar o que me é dado porque peço perfeições impossíveis. Não é verdade. Apenas quero sentir outra vez aquele choque eléctrico de alta voltagem que me perpassou o corpo na primeira vez que os nossos olhares se cruzaram; e senti-lo toda a vida porque continuas aqui.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Eu não sei falar

Queria poder dizer-te muitas coisas que não sei expressar por palavras: que o mundo é diferente deste que passaste a fazer parte dele, que sou mais eu contigo e menos aquela que finjo ser, que se me afasto instintivamente é porque tenho medo de me envolver demasiado. Mas como as palavras jamais foram generosas comigo, resta-me esperar que entendas na minha atitude aquilo que nunca ouvirás (sair) da minha boca.

Classroom

É apenas quando entro por aquelas portas que as dúvidas desaparecem e me consigo entregar completamente. Não negarei nunca os momentos de pânico, os sustos, algum desalento que pode surgir. Mas são os sorrisos abertos com que sou recebida que me oferecem o "alimento" que preciso para não desistir.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sem querer


O toque inusitado daquele dia em que o pôr-do-sol nos apanhou de surpresa continua a percorrer-me a pele como um arrepio. Cheira a terra molhada, a relva cortada, a cansaço e a complexidade: cheira a ti. E, sempre que fecho os olhos, ouço-te murmurar-me ao ouvido as palavras que deixaste por dizer e que apenas intuo quando te tenho por perto.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

E pluribus unum


Foi o tempo que dedicaste à tua rosa...

Fazes-me sentir especial. Não que me iluda pensando que me tratas de maneira diferente em relação a todos os outros: não acredito em quimeras. Sei perfeitamente que um dos teus dons é conseguires que aqueles que te circundam se sintam particulares na tua presença, pela doçura, pelo carinho e pela atenção que lhes dedicas. Sei que não me saliento de nenhuma maneira na tua vida porque sei quem são os que têm (e devem ter) esse lugar de destaque.

Porém, com o tempo que me dedicaste, com a segurança que me proporcionaste ao longo de todo este tempo, fizeste de mim uma entre muitos. Porque conquistei o meu lugar no teu pódio à custa do meu empenho, do esforço que fiz para que me sentisses única e isso tornou-me (aos meus próprios olhos) um ser especial, ainda que muito mais frágil e desprotegido.

domingo, 17 de outubro de 2010

Once upon a time

É difícil gostar depois de ti. Não posso dizer que me esgotaste, apenas sossegaste o meu coração no seu canto quando ele estava prestes a saltar para fora. Não me consumiste por dentro, só te aconchegaste no meu peito (como se ele sempre tivesse sido teu) porque te convidei para entrar. Enquanto tentavas tornar-te mais forte aqui dentro, eu tentava tomar as rédeas de um coração que não me obedecia. Era a troca perfeita, tu estavas protegido e eu apaixonada. Quando os papéis lentamente se inverteram, percebi que o espaço no teu peito era demasiado pequeno para mim. Deixaste-me inteira, não levaste nada de mim. Mas é difícil gostar outra vez depois de ti.

sábado, 9 de outubro de 2010

8

y después de un infinito de momentos, de alegrías, de lágrimas y de canciones, aquí estamos :)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Maybe it's the lure of the sea*

És doce, és suave, és delicioso. Sei resistir-te e sabes que me esforço por não ceder. Sorris, piscas-me o olho, tocas-me levemente. Sabes envolver-me e sei que finges que não dás por isso. És delicado, és subtil, és atencioso. Sei ler-te por linhas e entrelinhas e sabes que quase me convences. Seguras a minha mão, fazes-me rir, dizes as coisas certas. Sabes atrair-me e sei que me conquistas cada vez um pouco mais. Se fores, além de tudo isto, perseverante, um dia destes faço-nos a vontade.
*The Beautiful South, obviously

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Reality killed the spark

Num tempo e espaço que todos conhecemos havia um menino. Todos os dias, no caminho para a escola, mochila às costas e uma cabeça cheia de sonhos, passava pela montra de uma loja que o fascinava. Começou por se parar na frente do vidro durante alguns segundos, na semana seguinte já saía de casa cinco minutos antes só para poder estar mais tempo agarrado àquela imagem que o prendia. Um mês mais tarde tinha dito à mãe que preferia voltar para casa sozinho e que não valia a pena irem buscá-lo à porta do centro educativo, assim podia repetir o caminho e ficar parado um pouco mais, a vê-la.
Talvez as houvesse mais brilhantes, coloridas, resplandecentes, mas era aquela, aquela em concreto que o atraía. Não sabia se por estar no fundo da loja, encostada humildemente a uma parede enquanto as outras se exibiam orgulhosas para os clientes, se calhar exactamente por não se fazer notar ele a sentisse especial.
Um dia de Inverno, o dono da loja convidou-o a entrar. Estava a chover a cântaros lá fora e não fazia muito sentido que ele continuasse a espreitar através do vidro enquanto a chuva o ensopava. Não lhe perguntou nada. Ele, como se não pudesse evitar o movimento, sacudiu a chuva do casaco e aproximou-se da dona dos seus sonhos. Era perfeita para ele em tamanho, cor e personalidade. Foi incapaz de lhe tocar não fosse a magia quebrar-se. E assim, começou a entrar todos os dias, cada vez mais próximo, cada vez mais nervoso por a ter ali, quase à mão.
Surpreendido por ver aquele menino pequeno parado no meio da sua loja, mas sem querer intrometer-se naquela quase religião a que assistia passivamente todos os dias, o Sr. Domingos sorria ao vê-lo entrar diariamente.
Numa tarde, meses depois do primeiro dia, perguntou-lhe se não o queria ajudar a limpar o pó às bicicletas que vendia. O pequeno André ficou emocionado com a proposta, pegou no pano e quando ia a perguntar por onde começar o dono da loja indicou-lhe a bicicleta dos seus sonhos. Respirou fundo e passou-lhe o pano por cima como se tivesse medo de a partir, suavemente e com todo o cuidado. Deixou-lhe a campainha a brilhar e o selim sem dedadas, até os pneus tiveram uma atenção especial. A partir desse dia entrava sempre para a cuidar, já lhe tinha perdido o medo, já era quase sua.
Os pais começaram a surpreender-se com as ausências prolongadas do menino, até a professora se queixou dos atrasos na hora de entrada, ele que fora sempre tão pontual. Preocupados, decidiram seguir-lhe o rasto, já que ele se esquivava cada vez que tentavam perguntar-lhe alguma coisa. E foi então que o viram entrar na loja de bicicletas.
Tanto a Primavera como o aniversário do André estavam a aproximar-se e falando com o Sr.Domingos perceberam qual era a prenda ideal para o filho. Tiveram quase que discutir com o dono da loja, que como já tinha ganho carinho àquele menino subtil que começou por silenciosamente se apaixonar por uma bicicleta, mas que agora entrava diariamente a cantar e lhe fazia companhia durante as tardes solitárias de trabalho, quis ser ele a dar o presente à criança.
Chegou o dia especial. Como de costume o menino entrou na loja com um sorriso, cumprimentou o Sr.Domingos e dirigiu-se para o fundo da loja, para o lugar dela. Mas ela não estava. Virou a cara meio supreendido, meio assustado. Não conseguiu proferir palavra, apenas olhou com olhar de pergunta desesperada.
Sr.Domingos: Não te assustes, só te quis fazer uma surpresa. Como sei que hoje é um dia especial, os teus pais e eu... - e os pais apareceram - ... decidimos dar-te um presente também ele muito especial.
O pai trazia-a pela mão, com um enorme laço azul a decorá-la.
Ao contrário do que todos pensaram o André não correu desenfreadamente para a bicicleta atirando a mochila para o chão. Permaneceu no mesmo sítio, a olhar para os três como se não entendesse nada do que se estava a passar. A mãe disse-lhe com voz doce:
Mãe: Filhote, é tua, não tenhas medo.
Pai: Sim. Agora só tens de a tratar tão bem em casa como o tens feito até aqui.
E por fim o menino falou.
André: Mas eu não a quero, eu nem sequer sei andar de bicicleta. - E saiu pela porta que até aí albergara o seu maior sonho.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Não digas nada

No instante da empolgação maior, em que os cérebros já não controlam os corpos e estes, como zombies, apenas reagem ao desejo sem controlar movimentos involuntários, disseste a pior frase do mundo. Porque aquele pronome e verbo recíproco são matreiros, enganam-nos, principalmente se proferidos quando não são palavras o que as bocas procuram.

domingo, 5 de setembro de 2010

Abracadabra

Quando o génio da lâmpada lhe perguntou pelos três desejos a que ela tinha direito, contou o que lhe passava pela cabeça e os obstáculos que esta impunha aos caminhos (tortuosos) dos sentimentos. O homem imaginário ouviu com atenção, esperando poder encontrar naquele novelo de confusões um fio desenleado que o ajudasse a descortinar-lhe as três vontades supremas.
- O que eu quero saber é: se fizer o que o instinto me pede, conseguirei pôr o coração numa prateleira e esquecer-me de que existe para não sofrer depois? E se assim não for, arrepender-me-ei a vida inteira por ter dito "não"?
Depois de muito pensar, o génio disse:
- Tens a certeza de que não preferes uma gruta cheia de tesouros?

Miranda's wisdom


Because it is not a time to chat. In fact, it's one of the few instances in my overly articulated, exceedingly verbal life where it is perfectly appropriate - if not preferable - to shut up. And now suddenly I have to worry about being stumped for conversation? No, thank you!



Será que alguém em Marte consegue prestar atenção às lições de quem sabe o que diz?

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Summer confessions

Não escrevo porque não quero que desconfies que só me apetece escrever sobre ti.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

The big picture

É, provavelmente, a canção que mais vezes citei ao longo deste 2010, relegando para um (honroso) segundo plano o Don't rain on my parade (símbolo de revolta, luta e da força que tantas vezes pedi para mim mesma). Mas esta é suave, é doce, vai-se-nos enredando na pele até se nos meter pelas veias e nos percorrer todo o corpo com um arrepio bom e apaziguador. Citei-a para alguém que precisou, ofereceram-ma de volta quando a viram como um imperativo.

No entanto, ela faz parte da minha vida há muito tempo, estava algures guardada na minha memória, talvez à espera de ser necessária. Ouvi-a pela primeira vez (e muitas vezes) como a banda sonora do fecho do Jerry Lewis Show que eu não perdia enquanto almoçava sozinha aos 11 ou 12 anos. E aquele homem com que os meus pais me ensinaram a rir, fazia-me emocionar cada vez que a cantava. O que eu não sabia é que havia um autor por trás daquela canção e uma explicação, em jeito de vénia, para um dos grandes humoristas americanos (digam os próprios o que quiserem, há poucos filmes como A Cinderela dos Pés Grandes) terminar um programa semanal de televisão a cantar uma canção melancólica sobre sorrisos e não sobre as gargalhadas que lhe alimentaram a carreira.

E com a interpretação da menina que fez sorrir a tantos enquanto se lhe via a tristeza nos olhos e na voz magoada, ofereço-vos um sorriso, provavelmente porque foi esse o tesouro que procurei durante esta ausência prolongada.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Bits and pieces

1. Sempre pensei que quando a vida muda demasiado depressa podemos perder os travões e não ter onde nos agarrar. Sem querer, meti o turbo e de repente deixei de ser eu, passei a ser Eu. Sou, pela primeira vez, a pessoa mais importante da minha vida. E não há mal nenhum em deixar tudo para trás e enfrentar o desconhecido.
2. Sentir que pertencemos a um lugar acalma a ansiedade. Às vezes, por breves segundos, tenho a sensação que uma explosão me vai romper o peito e impedir qualquer movimento. Depois espreito à minha volta e os olhares e sorrisos que vejo são os mesmos que todos os dias me acolhem como se estivesse em casa. Falta pouco para voltar e para me reconhecer na minha escola.
3. Saber que fizemos o melhor que pudemos e que somos entendidos e apreciados para enfrentar a vida com coragem. Guardar todos os detalhes e momentos mais fantásticos deste ano e esquecer que um dia quase nos afogámos em trabalho e frustrações. Lembrar que há sempre a praia, o bowling e os amigos para nos sentirmos (ainda) melhor ao final do dia. E ter a certeza que tudo continua a mudar e que o melhor ainda está para vir.

domingo, 8 de agosto de 2010

Dúvidas do cansaço

Querias tanto tanto e não fazes nada por conseguir o teu desejo. Mentiste ou és apenas pouco lutador?

Erros meus #2

Sei que não devia mimar-te e acreditar que não esperarás nada mais.

Nr.1 hit

Da próxima vez escolho para banda sonora uma qualquer canção desconhecida e recôndita, só para não ter de me lembrar dele sempre que toca como acontece contigo.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Life's shit!!!

And suddenly they throw you off the world with a single blow. Everything turns black with the humiliation, the pain is so strong you can't even conjure up enough strength to cry, all your fears are real at last and your mind simply can't stop.
And you look all peaceful on the outside, resignation has taken over but the knot on your throat tightens and tightens until there's no breathing space. "You're a grown up, handle it!" says the voice inside your head. "It was all your fault, you're just not good enough." it screams.
And you sit somewhere waiting for life to pass because living it's just not an option anymore, since you are no good at what you've devoted all your effords and time to.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

terça-feira, 13 de julho de 2010

Desordem mental


É imperioso meter-te (a ti e à ainda inexistente história entre nós os dois) num dossiê bonito e guardar-te numa qualquer prateleira da minha biblioteca sentimental. Tão escondido quanto possível para não ceder à tentação mas o suficientemente à vista para não me esquecer do perigo que pressupões.

Queria poder responder aos teus gritos desesperados, queria conseguir ultrapassar tudo e deixar-me levar pela corrente para desaguar no teu mar, queria não te frustrar com os meus silêncios auto-impostos. Mas alguém tem de ser cabeça...

Se eu pudesse, ... se os meus muros não fossem tão altos, ... se os meus princípios não me atropelassem, ... se o anjo que vive sobre o meu ombro direito não tivesse tanta mais força do que o pobre do diabinho sonso que não conhece mais do que a resignação, ... se não existissem tantos se's, ... Dizia-te que deitasses as dúvidas para trás das costas e me procurasses, sem metáforas nem linguagem críptica, em carne, osso, e vontade, para nos despenharmos de mãos dadas num abismo qualquer.

Lucky Me

Luxo não é ter um jaguar à porta, nem um ordenado com mais de 4 dígitos, não ter uma casa na praia, nem uma piscina no quintal, não é conhecer o VIP A ou B.

Luxo de verdade, para mim, é poder acordar no meio de uma cidade onde ainda se pode viver, onde há pressão de água nas torneiras, onde está fresquinho à noite, com pássaros a cantar lá fora e uma explosão de cor assim que abro a janela.




domingo, 11 de julho de 2010

Confissões I

Achas mesmo que me deves proteger daquilo que tanto quero ouvir?
Nobody said it was easy
No one ever said it would be this hard *
Seria mais fácil sem te ver. Seria melhor o afastamento total. Nenhum contacto, fugir a encontros, não saber nada.
Tinha tantas teorias sobre nós os dois e todas caem por terra quando as saudades voltam.
* Coldplay

sábado, 10 de julho de 2010

Luz verde

Talvez a devesse ligar esquecendo o passado, continuar em frente sem pensar mais. Talvez seja medricas por preferir um parque de estacionamento sossegado e solitário onde nada acontece. Talvez um qualquer passageiro desconhecido seja melhor do que a tranquilidade do vazio.

Ainda assim, e apesar das dúvidas, prefiro a bandeirada zero e aquilo que não implica, à inconstância da disponibilidade e procura.

"I walked with you once upon a dream"

Ao primeiro olhar conseguiste fazer-me baixar as defesas e esquecer a bagagem que carrego desde há anos. Soube nesse momento que também tinha tido um qualquer efeito em ti mas foram os comentários dos dias e das semanas que se seguiram que me tiraram as dúvidas. Depois desapareceste, e sem saber porquê sentia-te a falta.
Começaste a insinuar-te devagar, entrando em minha casa durante a noite, pé ante pé, e deitando-te na minha cama. Sonhei-te mais vezes do que aquelas que algum dia admitirei - não sei que resultado teria tanta informação.
Não sei se é mau ou bom que não sejamos reais um para o outro. Se por um lado me apetecia que estivesses ao meu lado cada dia, por outro não sei se seria bom para mim cair tão fundo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Silly Season officially open


Com esforços em mente para que a deste 2010 seja mais descanso e menos silliness.

domingo, 4 de julho de 2010


As saudades do mundo que desconhecemos obrigam-nos, por vezes, a saltar para o abismo sem pensar no que virá depois.

No Strings

Assusta-me pensar quando vejo o teu nome a piscar no telemóvel, provavelmente porque tememos sempre mais as consequências dos actos impensados. Gosto do que me fazes sentir, de que me telefones por nada, dos teus mimos antes de adormecer, contudo não sei se me agrada o rumo que tanta proximidade implica.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

For the special days

É verdade que há dias e meses particularmente aborrecidos. Julho sempre me chateou, pelo calor excessivo, porque a escola já tinha acabado e os amigos estavam dispersos, uns já na praia, outros em casas de avós ou de férias por outras paragens, mas acho que principalmente porque nada me ligava a ele. Agora deixou de ser assim. Porque há dias e meses que se tornam importantes simplesmente por alguém passar a fazer parte da nossa vida.




quinta-feira, 24 de junho de 2010

"Agora só falta você" *

E se fosses tu aqui, ao meu lado, ao alcance de um braço estendido e de uma mão aberta?

* Rita Lee

Momento kit-kat

A menina responsável deu um pontapé no futuro e decidiu afastar-se da rota por uns dias. Pode ser que venha a pagar caro por tal audácia, porém pode ser também que a necessidade de fugir da rotina precisasse de imperar para lhe manter a sanidade mental.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Porque eu mereço

Depois de quase 100 testes corrigidos em menos de duas semanas, com orais, viagens e tensão à mistura, não quero pensar em mais nada até voltar a aterrar de novo na realidade, na próxima segunda-feira. Quero mar, sol, sal, areia, água, e tentar preparar o salto para superar o novo obstáculo que está à porta.
Ainda bem que há quem nos puxe da concha e nos faça ver que a vida pode ser muito mais bonita do que aquilo a que estamos habituados.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Why settle for?


Just a piece of sky...

domingo, 6 de junho de 2010

Catarse I

Perdida em pensamentos e recordações não te senti chegar. Estava noutro sítio, num que não partilhava contigo apesar de ser debaixo do teu tecto. Fingiste não me abraçar mas foi rasando o meu corpo que as tuas mãos chegaram à pilha de Cds que eu investigava. Decidido tiraste um, aquele que eu estava à procura. Colaste a tua face à minha, encaixaste o teu queixo no meu ombro por primeira vez e murmuraste-me ao ouvido:

- Faixa 1 - Disse-te não ser essa a canção que procurava, que nem gostava particularmente dela, e como que lendo-me os pensamentos sorriste. - Queres a 7, eu sei disso, o que estava a querer dizer é que depois de hoje a 1 vai ser especial.
Tentei olhar para ti, mas já sem receios abraçaste-me a cintura, roçaste o meu pescoço e semeaste um beijo suave no lugar em que o teu queixo tinha estado. Fechei os olhos incrédula, estavas a conseguir aquilo de que há meses eu fugia. Afastaste-te um segundo e senti que o mundo ia terminar ali. Puseste a tocar a faixa 1. Rodaste-me entre as tuas mãos e não sei se a tentar ler-me a alma, olhaste no fundo dos meus olhos, aproximaste-te muito mais que antes e pegaste os teus lábios à minha voz. Inseguro, a tremer, abafaste o "não", que eu não te ia repetir, com o desejo que tinhas de me beijar.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Dos presentes que recebemos

Não há quem não goste de receber prendas. Podes ser dos que rasgam o papel com fúria para desvendar o que esconde, dos que as abrem com naturalidade e com um sorriso no rosto, dos que despegam cada bocadinho de fita-cola com cuidado para não deixar esgotar a magia ou até mesmo daqueles cuja timidez lhes exige uma revelação solitária. Sejas de que tipo fores, admite que de todas ofertas as que não esperas são aquelas que mais marca deixam. Foi um livro, acessórios para o Verão, uma mala para o computador, um relógio, e eu a sentir que o coração daqueles que ensino é tão maior do que eu e o seu carinho muito mais do que mereço.

Am I the one holding on?

Adoro a doçura que vejo quando te entregas ao toque da minha mão pousada na tua cara. Fechas os olhos, inclinas a cabeça devagar, encolhes o ombro e prendes, por momentos, a sensação da minha pele sobre a tua. Não é a carícia que te faço, é o como a recebes.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Baile mandado

Começou a valsa dos exames. Lenta, a três tempos, iniciou-se ontem com uma grande maioria de desconhecidos e dois ou três sorrisos familiares. E são os aparelhos de som que falham, e são as sintonias dos facilitadores de audição que fogem, e são os nervos a fazê-los suspirar, transpirar, tremer, falar demasiado alto nos corredores. E é passar por tudo com a tranquilidade de saber que nada está em jogo para mim. Por enquanto.
Mais tarde virão os suspiros que conheço, o desespero e os sorrisos nas caras que encheram a minha vida no último ano, os que não me foram apresentados e se porão nas minhas mãos, e aquela que tem de se pôr nas mãos de outros contra a minha vontade. Queria poder afirmar, sem sombra de dúvida, que cumpri este ano, que não estou minimamente nervosa porque sei que todos estão preparados para o que aí vem. Cá bem dentro até suspeito que assim seja. Mas na próxima segunda, quando voltar para casa com 4 envelopes cheios de papéis e esperanças, sei que o estômago vai estar apertadinho e o coração a galopar como um potro doido, na expectativa do futuro próximo de tantos deixados à minha mercê. E ainda que um exame final não tenha valor para mim - eu sei quanto vale todo e cada um dos que tive na frente durante 8 meses -, é essa a prova que vai ficar para a história individual deles como tarefa superada ou não superada.
Já agora, espero que o som funcione, que não esteja demasiado calor, que as sintonias não brinquem como ontem, que haja tecnologia suficiente para servir a todos, e que os meus meninos apenas tenham de se preocupar em controlar os nervos e mostrar o que sabem, porque valer, eu sei perfeitamente que valem muito.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Quimeras

Quero aproveitar o que ofereces até ao tutano. Quero ter-te impresso na epiderme para que o sol não te leve depois de um qualquer Verão. Se te consigo ler bem, ao ofereceres o possível, anseias (tanto quanto eu) que a presença nos proporcione o momento de esquecer limites e restrições e nos entregarmos à necessidade um do outro.
Não me olhes nos olhos quando nos virmos, eles não têm muito para te dizer. Sente-me antes o cheiro e, esquecendo-te das algemas que o mundo nos pôs, encontra no meu abraço a nascente que te matará a sede.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

"E eu sou melhor que nada" *

Não sabia o porquê, apenas que aconteceu, que se deixou levar no momento, mesmo sabendo que era incorrecto. Talvez se viesse a arrepender mais tarde, talvez fosse injusto pois a pele que procurava não era (de todo) aquela. Mas nos breves minutos que durou a precipitação de mãos e bocas, os olhos fechados e os arrepios sentidos transportaram-na para outro lugar e outro tempo. Um tempo em que os muros eram mais baixos, em que ainda havia um príncipe encantado montado num corcel branco a ponto de chegar , em que a primeira pessoa do plural não provocava um nó na garganta e em que a conciência não a torturava quando tinha pequenos deslizes do corpo.

* Variações

domingo, 30 de maio de 2010

Entre parênteses

Acrescentam informação. Veiculam à partes.

2009/2010 foi um ano entre parênteses. Fui diferente de mim, abri portas fechadas à chave, desprotegi-me e percebi, já encima da linha da meta, que a miragem em que vivi não passou disso: uma miragem. O parênteses fechou-se e não me parece que se volte a abrir, pelo menos enquanto a recordação da mágoa perdurar. No entanto, ninguém me tira a felicidade dos momentos especiais, não há maneira de apagar de um coração cheio as memórias boas e aconchegantes. Sei que vou olhar para trás, daqui a uns anos, e apenas recordar o bom, fico com isso. Com isso e com a certeza de que com cada ano lectivo se apaga o quadro negro onde se escreveu o anterior para recomeçar do zero, noutro sítio, com novas pessoas, um mundo cheio de possibilidades à espera de serem abraçadas.

Terei, mesmo, que agradecer a quem de direito, o ter-me ajudado a fechar o ciclo com uma picadinha no estômago mas sem (tanta) pena de ir embora.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Ah saudades do futuro!

Fui e valeu a pena.

Valeu a pena por tudo, porque a experiência é única num espaço muito simpático e acolhedor apesar da extensão. Valeu pela companhia que uniu de novo presente e passado recente numa simbiose única de perfeição. Valeu pela música que ia ouvir e superou as expectativas, por aquela acerca da qual tinha medo de ter expectativas, por aquela que me dizia relativamente pouco e que agora me diz muito mais.



Foram os Trovante (11 anos depois, ou serão 20?) e eu lá, com eles, como sempre, com a ausência presente a cada segundo de quem sei que gostaria de ter estado. Foi o arrepio à primeira nota da Maria Rita porque o som da voz da mãe dela me transportou para espaços temporais diferentes ao mesmo tempo - é uma senhora única e irrepetível ainda que as semelhanças com a Elis sejam inegáveis! Foi o Elton John, foi a Mariza, foi o Tim...

Foram principalmente vocês, com quem partilhei tudo isto e que não substituiria por ninguém.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

The Special Ones

Foram especiais desde o início, desde que me conquistaram com sorrisos, desde que entraram nos meus jogos sabendo dar respostas muito melhores do que as que eu esperava. As horas tardias - cheias dos cansaços do dia de trabalho, com famílias à espera em casa, viagens mais ou menos longas feitas e por fazer, esperas longas ou curtas - de uma aula cheia, cheia de gente, cheia de gargalhadas, cheia de vontade, deram-me alento nos regressos chuvosos. E era neles que pensava sempre que preparava algo diferente, sempre que a minha imaginação voava e trazia de longe uma nova aventura, era naquelas caras que eu esperava ver espelhado o ânimo.
Não sei se tudo mudou num momento ou se foi um processo gradual. Não sei sequer se algo mudou. Talvez tudo não tenha passado de imaginação minha. Talvez me tenha enganado redondamente e não o tenha sabido ver a tempo. Talvez as pistas tivessem lá e eu não as tenha descortinado. Talvez eu não tenha sido especial, apenas isso.
O abrir de olhos foi uma estalada na cara, mas foi bom. Não quero memórias fictícias nem saudades infundadas; assim, será muito mais fácil partir.

unrequited... something

Num mundo com milhões de pessoas, numa vida em que contactamos com milhares, a coisa mais difícil é encontrar alguém de quem gostemos e que essa pessoa sinta o mesmo por nós, com a mesma intensidade. É tudo uma questão de probabilidades e há que admitir que nem todos temos o mesmo tipo de sorte. Contudo, quando nos entregamos completamente, quando abandonamos a redoma que nos protege, necessitamos de sentir respostas positivas.
Não sei se o que mais dói é o engano em que vivi todo este tempo ou o ter descoberto a inverdade. Serei tonta ou cega?

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Deadline

In the rain
The pavement shines like silver
All the lights are misty in the river *
A luta incessante entre querer e não querer esgota-me. Por um lado está a vontade, o desconhecido, a aventura, a necessidade de viver mais e com mais intensidade experiências novas que jamais sonhei. Por outro, o medo (do novo e do que fica à espera) e o precisar de estabilidade e de rotinas que me "inventem" harmonia.
Quero e não quero, como me acontece contigo.

* "On my own", Les Miz

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Missing

Depois do frio, com o cansaço e tendo como momento auge uma tarde/noite particularmente conturbada e decepcionante, ela foi-se. Desapareceu.

Foi regressando aos bocadinhos, devagar, meio diferente - logo agora que estava a voltar a ser o que um dia fora.
Só o descanso, a água, o chá e alguns cuidados extra a podem convencer a não continuar escondida, algures, sem que eu a consiga encontrar.

Espero que não demore muito, que não se ponha teimosa nem tenha caprichos de menina mimada porque a sua ausência assustou-me muito mais do que algum dia deixarei transparecer.

terça-feira, 18 de maio de 2010

"I know that I’ve got issues, but you’re pretty messed up too" *

Ambos dissemos mais do que se deve, ignorámo-nos em partes iguais, desencontrámo-nos em encontros, sabendo que cada vez que nos víssemos tornaria mais difícil a superação. Evitámo-nos sem duvidar que tropeçaríamos um no outro para sempre.

Voltei a estender-te a mão e tu continuas sem a agarrar. Limpa o sorriso da cara porque as decisões mais duras são também as mais definitivas.

* My life would suck without you, Kelly Clarkson

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Difícil

Custou-lhes separar-se de manhã mas tinham de continuar a viver. Prometeram não voltar a desencontrar-se, prometeram jamais deixar de se querer, prometeram-se tudo sabendo perfeitamente que não deviam ter prometido nada.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Mimos

As lágrimas que vejo nos teus olhos, aquelas que lutam para não sair, tornam-te o olhar brilhante e triste. Queria lutar contra elas, queria que desaparecessem porque são sinais de uma dor que queria poder evitar-te. Sei que precisas de passar por tudo isso, sei que o sol voltará a brilhar, sei que tu és o suficientemente forte para tudo, mas… ainda assim, sinto-me impotente ao ver-te sofrer.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Shhh!

As palavras que digo com as melhores intenções são, por vezes, aquelas que mais magoam. O que ninguém sabe é dos silêncios em que guardo o que prefiro não dizer.

domingo, 9 de maio de 2010

Porque ontem não estive lá e devia ter estado

Julie Andrews, "Crazy World" in Victor/Victoria
First you drive me wild
And then you win my heart with your wicked art;
One minute tender, gentle,
Then temp'ramental as a summer storm.
Just when I believe your heart's getting warmer
You're cold and you're cruel
And I, like a fool, try to cope,
Try to hang on to hope.

sábado, 8 de maio de 2010

Dreams

I should be heading here:

“Mirando los besos que otros se dan” *

Não é que tenha inveja, nem que queria ter o que eles têm, não é sequer que me reveja na sua imagem – é a memória a voar por um minuto até ti, sabendo que se estivesses o virtual não o seria.

* Duele, Chenoa

quinta-feira, 6 de maio de 2010

“Natal é em Dezembro / Mas em Maio pode ser” *

E esta semana foi, apenas porque sim, porque apeteceu. E levantou-se vento, e pôs-se frio, e a partilha pareceu mais real com a meteorologia apropriada.

* Ary dos Santos

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Culpa Nostra

A culpa que sinto quando me mimas não é uma reminiscência católica, é a certeza de saber que o que partilhamos não está certo, por mais que tentemos convencer-nos do contrário.

terça-feira, 4 de maio de 2010

É a tua subtileza que me ganha

A tua música tocou ao chegares. Tudo o que me dás parece envolver-me como uma teia suave que cheira a doce - que não me deixa fugir. Deste-me uma flor e tenho-a escondida à vista de todos, fingindo que não foi tua. Reclamaste o teu lugar, encontraste soluções para os meus medos, deste o primeiro passo da confiança.

E eu precisava tanto de te sentir por perto.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Érase una vez

uma menina pequenina de enormes olhos com os quais abarcava o mundo real e sonhado. Através deles transmitia alma, emoção e força, com eles apaixonava os astros, os planetas e todos aqueles com quem se cruzava.
Cumpre hoje mais uma Primavera e apesar de saber que ela entende que eu não possa estar, não consigo não ter vontade de mandar o universo passear e ficar a dar-lhe todos os mimos que merece.


This one is for you, kid!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

7th Heaven

O passado açoita, magoa, mói, porém é vida, tem raízes, faz falta à alma para que se possa encontrar.

E um dia o presente e o futuro convergem num mesmo espaço tendo-nos como único motor. Não há colisão de estrelas nem há catástrofes naturais, apenas uma sensação de plenitude a que se assiste de galeria com medo de a tocar, não se vá quebrar.

Aqui

Gostava de te proteger, de te dar o ânimo que outros te negavam pondo-te sempre em segundo plano. Era feliz quando me confiavas conversas únicas e irrepetíveis, quando decidias abrir o coração para só me deixares entrar a mim. E nunca pedi mais. Apenas que me deixes continuar a abraçar-te mentalmente já que não tenho coragem de o fazer a sério.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Peek

Finjo não ver que espreitas por detrás da janela, pelo buraco da fechadura, pelos olhos de outros. Gosto de te sentir aí, a investigar-me os movimentos, a (com pezinhos de lã) reintroduzires-te na minha vida, fazendo um esforço por recuperar a atenção que perdeste.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Book of Revelations

As pequenas epifanias domésticas são tão (ou mais) raras do que as outras, mas não há jornais que delas falem nem livros que sobre elas se escrevam. Numa introspecção guiada percebo que tenho errado quando pensava acertar: não te sentes necessário, achas que te ignoro, que não te dou valor.
Para que fique claro – preciso de ti aqui, não te demores mais!

domingo, 25 de abril de 2010

On the hook 2

Se os teus actos parassem de dizer “right now”, talvez eu te entendesse melhor as barreiras.

On the hook

E tu chegas.

E eu mudo…

quinta-feira, 22 de abril de 2010

#2

Tu beijas-me o ombro, eu reencontro-me no teu. Faço o meu ninho no espaço que te vai do peito ao cotovelo, fechando os olhos para que os outros sentidos se apurem no teu toque. A tua boca trilha o caminho, que tão bem conhece, até ao ponto abaixo da minha orelha e esperas, obrigando-me a pedir-te sem palavras que prossigas na rota. Hesitas sempre antes dos meus lábios e tenho de te resgatar aos pensamentos em que te perdes. Olhas-me inquisitivo no prelúdio não sabendo se te dou permissão.

Os medos e as cabeças de ambos continuam a interromper-nos a fluidez dos corpos.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Não gosto que me toquem a mão direita. Não quero perder noutras peles o toque da tua, que ainda sinto desde a última vez; naquele dia em que não me deixavas desentrelaçar os dedos.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Mercy

Não há felicidade sem obstáculos, mas será que, se não somos capazes de os ultrapassar, não somos merecedores dela? O que fazer quando se tenta resistir, quando se esgotam todos os recursos, quando os argumentos não chegam, quando a razão não é suficiente para fazer recuar o agressor? Deixamo-nos ferir, esperando a redenção, ou atacamos, correndo o risco de a ver acabar em utopia?

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Unspeakable Love

É saber acalmar o teu coração e saberes que aceleras o meu. É saber-te o meu céu e saberes que sou o teu chão. É saber-te para sempre e saberes que para nós é sempre pouco.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

“É que hoje fiz um amigo e coisa mais preciosa no mundo não há” *

As barreiras auto-impostas protegem do mal e do bem, as normas de conduta iluminam o caminho menos tortuoso, mas baixar a redoma para deixar entrar alguns é o que de melhor nos pode acontecer.

* Com um brilhozinho nos olhos, Sérgio Godinho

Primeiras vezes

Quando ainda em fase embrionária tudo tem graça, até a primeira discussão. Os primeiros ciúmes, o dizer o que não se deve, o amuo, o pensar que é o fim – e que isso seja uma tragédia.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

And Seville awaits

Didn’t kiss so don’t tell

Não sei o que dizes por aí, mas estou cansada de boatos.

Falam-me de ti a cada passo, eu olho para o lado e finjo que não me magoa; sei que me estão a avaliar, a ver com lupa como reajo, o que não faço a menor ideia é se foste tu quem os mandou – não duvido nem por um segundo que é a ti que são fiéis.

Terão sido as atitudes que tivemos, um dia, em público que os levou a crer que te pertenço? Se jamais fomos nada porque convencemos o mundo do contrário? Foste tu quem relatou o que não aconteceu?

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Broken


O copo em causa era frágil, não já era o recipiente robusto de outrora, os anos de uso tinham-lhe tornado o vidro mais quebradiço.
Depois de se partir não houve cola que lhe recuperasse a forma primeira.

domingo, 4 de abril de 2010

É urgente ir - parte 1


I too wanna wake up in the city that doesn't sleep, want to be a part of it, and it's up to me. NY, NY.

Hooked on a feeling

Conhecer-te como a mim mesma e continuares a surpreender-me com cada atitude, com cada sorriso, com cada minuto (e maldade) que me dedicas. Preciso que pares de entrar e sair da minha vida como se fosses uma miragem, contudo não sou capaz de te deixar ir porque foste demasiado importante.

sábado, 3 de abril de 2010

The A word

É difícil lutar contra frases escorreitas. Principalmente quando sabemos qual é a palavra que nos refreia a publicação (porque dela fugimos há muito), mas ela é também a única peça do puzzle que encaixa naquele sitiozinho esquinado.

Void

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Demasiada cumplicidade...

Não será o quantificador hiperbólico quando aplicado ao substantivo em questão?

O som dos ponteiros de relógio tomava conta do quarto vazio… tic-tac… tic-tac… movendo-se numa dança repetitiva e constante… tic-tac… tic-tac… e a cada minuto que passava, com o silêncio como aliado, dizia mais alto… Tic-Tac… Tic-Tac… O cérebro aturdido não conseguia ouvir mais do que aquele som … TiC-TaC… TiC-TaC… ameaçador… TiC-TaC… TiC-TaC… Cada vez que se permitia o devaneio de pensar, a mesma frase e a mesma imagem… TiC-TAC… TiC-TAC… nada as unia no mundo, mas naquela cabeça à procura de uma âncora, “fizemos-te o favor de fingir que serves” e o corpo que perdera pegado ao seu uma última vez, eram duas faces da mesma moeda: o falhanço, a perda, o isolamento.

E ele gritava-lhe para sublinhar a solidão: TIC-TAC! TIC-TAC!

quarta-feira, 31 de março de 2010

Damaged Goods III

A insegurança derruba-nos os muros, puxa-nos o tapete quando mais precisamos de sentir terreno estável debaixo dos pés. Mas se me questiono todos os dias, será que é mesmo isto o que quero?

terça-feira, 30 de março de 2010

Quem me leva os meus fantasmas? *

Há pessoas do passado que nos alegra que voltem, que nos enchem a vida de sol (mesmo em dias nublados) só por dizerem olá.
Ele decidiu voltar depois de muita distância, depois de termos perdido a cumplicidade e a confiança, depois de se ter aberto um abismo entre nós sobre o qual parecia impossível construir pontes. Depois regressou aquele que me faz sorrir e está demasiado longe mas cujo abraço tanta falta me faz. Mais tarde espreitaste tu, sorrateiro como sempre, de maneira subtil, e o coração instalou-se-me de novo na garganta para não me deixar respirar.
Deles precisava, com urgância, de ti quero distância ou tenho medo do que possa acontecer.
* Abrunhosa

segunda-feira, 29 de março de 2010

He slept a summer by my side

He filled my days with endless wonder

(…) But he was gone when autumn came *

Sei que precisava da tua presença. Sentir-te ajuda-me a meter num cofre (que enterrarei) um passado doloroso já que de qualquer comparação sais ganhador. Mas se és impossível, se não podes ficar mais do que uma estação, valerá a pena mergulhar?

* "I dreamed a dream", Les Miz

sábado, 27 de março de 2010

Hipérboles e antíteses

Tudo é diferente agora. A pressão é incomparavelmente maior. Cada segundo relembra o tempo que se perde e todos os assuntos vão dar à mesma temática. Apetece gritar, apetece pedir silêncio, apetece sair de casa para não se sentir inútil mas estar longe de todos continua a ser a única opção. Sabe-se lá o que apetece: que o tempo passe rápido e a tortura acabe; que o tempo desacelere a marcha para permitir os últimos momentos de felicidade antes do desconhecido.

Quando uma das vozes mais doces sugere a partida como solução, ainda que sabendo que a intenção é o sorriso, é como se nos espetasse um espinho na carne e nos mostrasse que não somos necessários.

Fase Minimal

Será a falta de capacidade de concentração ou a peneira da autocrítica o que me resume a frases soltas.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Damaged Goods II

Não se consegue enganar toda a gente o tempo todo. Talvez as saídas por que um dia lutámos não tenham sido as mais acertadas.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Iced Me

Não é sim nem é não, ainda que saiba que o meio-termo não existe. Continuas a paralisar-me sempre que estás próximo; o teu cheiro, o teu sorriso e o teu toque são um veneno gelado que não me deixa responder.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Damaged Goods

A impotência de nos sentirmos humilhados e atacados onde mais magoa, a vergonha de não nos defendermos por não querer entrar em polémicas, e a cabeça a fugir sempre para a mesma frase por mais que a queiramos esquecer. É o que nos faz acreditar que não valemos a pena.

sábado, 20 de março de 2010

Mi silencio a tu mentira

Me asemeja más a ti* ?

Jamais saberei se disseste a verdade naquele dia – a pressão, os nervos, o meio, o momento, tudo foi errado. Há algo que me diz que foste sincero, que sou absurda na espera, que cada situação especial não passou de imaginação. No entanto, continuo a sentir-te vivo nas veias mesmo quando juro que só me apetece que desapareças.

* Idiota, Vega

Variações em desilusão menor

A dificuldade em usar possessivos acomodou-se há muito e apenas os pronuncio quando algo (ou alguém) me toca o coração.

Eram “os meus” desde o início, afastando outros três colectivos – que ainda que compostos por partes especiais não me faziam sentir tão em casa –, claramente, de forma injusta. Porque são doces, divertidos, têm uma união como grupo muito difícil de atingir e me mimam com a presença, a atenção e o bom humor.

Magoou descobrir que “os meus” a preferem. Chamem-lhe ciúmes, não me importo nem o nego, o monstro dos olhos verdes sempre gostou de me tentar.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Parabéns Pedro!

Fizeste ontem um ano.

Já?

A maldita da distância, o cansaço, a crónica falta de tempo, são tudo desculpas que me dou a mim mesma quando penso que não estive presente neste teu primeiro ano de vida. Tinha planos para te ver crescer, para brincar contigo, para estar sempre que precisasses e todos esses bem-intencionados planos ficaram em nada. Soube pela tua mãe que já gatinhas, já comes bolachas, já te pões de pé e até já dizes adeus. E eu não te vi fazer nada disso.


Achas que me poderás desculpar, pequenino? Ainda me permites fazer parte da tua vida, mesmo sabendo (pelo que pudeste ver ao longo deste ano) que vou ser uma tia negligente que muitas vezes vai desaparecer porque não tem forças para fazer a viagem?

Ai se ela cai

Dava por si a pensar, com algum medo, se a necessidade que tinha de reler cada palavra não significaria muito mais do que lhe apetecia admitir. O crónico défice de confiança de que sofria tinha-a em estado de alerta a cada encontro - não se podia deixar arrastar pelas areias movediças que ele pressupunha.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Mexerico

A minha vida sentimental é tão mais interessante na cabeça dos outros.

Palavras de outros I

Idiota

Por donarte cada esquina de mi cuerpo,

Por llevarte a conocer sus recovecos,

Te hice un mapa señalando donde herir…

Vega

“Idiota” - Metamorfosis

domingo, 14 de março de 2010



Não é Natal.
Não sou americana. Tu também não.
Não havia azevinho pendurado por cima das nossas cabeças.
Nem sequer estava ao teu lado.

Então, responde-me só a isto: para quê?

Engolir sapos

Instalada a paz podre, o mexerico e a queixinha, não é necessário muito mais do que o rastilho de uma crítica para que a guerra rebente. Ataca-se toda a gente, diz-se o que não se deve, tenta-se humilhar quem está ao lado, perpetua-se o clima do terror e do sarcasmo. Mascarando de brincadeira aquilo que se diz, vai-se insultando impunemente o vizinho.

E há os que têm de se calar porque as consequências das opiniões que lhes passam pela cabeça poderiam ser demasiado altas.

Still wet behind the ears

Tanto tempo, momentos e sensações e continuo uma adolescente amedrontada cada vez que te vejo.

sábado, 13 de março de 2010

Algo chiquitito

Havemos de continuar a fingir inocência para que isto não acabe. Ambos sabemos que no dia em que uma palavra mais clara te ou me abandone não haverá volta atrás.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Como que voltar para casa

Surpresas fantásticas são trazidas pela tecnologia. Quem diria que os tempos do Liceu se manteriam mais vivos através dela do que com o cara-a-cara tradicional.

Algo pequeñito


quarta-feira, 10 de março de 2010

Cuddling

Se depois os teus braços me apertam e o teu queixo encaixa no meu ombro, o mundo pára durante um segundo infinito e volta a fazer sentido.

Sommersby

Voltaste!
E é tão bom "ter-te" de novo.

terça-feira, 9 de março de 2010

Pistas

Há um refrão com um pôr-do-sol domingueiro na baía de São Francisco que me apetece cantar baixinho para que apenas tu possas ouvir.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Já não era sem tempo



Não vi a cerimónia até ao fim, a vida de adulto e as responsabilidades profissionais já não permitem os excessos de ficar acordada (contente ou zangada, indignada ou com um sorriso) para saber tudo no próprio dia. Acabei de ver que Jeff Bridges ganhou (à 5ª nomeação) o prémio.
Não vi o filme mas depois dos Baker Boys, de Tucker, do Rei Pescador, de Star Man e de tantas e tantas outras enormes interpretações, alguém ainda duvidava que já era hora?
O dia do Colin chegará noutro ano :)




domingo, 7 de março de 2010

Slam

É a cabeça que me diz para não ir quando tu chamas, porque o outro tonto quer tanto sentir-te perto que nem se lembra do que dói quando desapareces.

I can resist everything but temptation *

O passado assombra, aparece, sorri, alegra, apraz. E caímos nos mesmos erros outra e outra vez à procura de recuperar aquela primeira sensação perfeita, aquele primeiro suspiro ao ouvido e aquele primeiro arrepio inigualável.

* Wilde, as (almost) always

sábado, 6 de março de 2010

Gilmore-fast


Continuará a surpreender-me a rapidez com que conseguiste conquistar a minha confiança.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Lição Assimilada

Trabajo hecho, no mete prisa.

Inevitável?

Finalmente - depois de tantos anos - conseguimos estar de acordo: evitarmos o encontro é mesmo a melhor solução.

Em série



A felicidade canta-se em horário nobre, quando “falhados” perfeitos decidem sair do anonimato. Analisam-se mentiras de forma científica conseguindo fazer ultrapassar embirrações de outrora. A vida surpreende-nos com o inesperado de famílias desconhecidas e problemas de adolescentes grandes.


Longe das novidades, os clássicos. Continuam a descobrir-se crimes variados, há médicos que nunca perderão o mau feitio e ilhas misteriosas que nos hipnotizam.


E ainda dizem que (o “subproduto” que é) a ficção televisiva não merece a atenção que tantos lhe dão.



terça-feira, 2 de março de 2010

Ad Cum Plicare

Não passeio de mãos dadas e detesto demonstrações públicas de carinho. Não sou de palavras suaves, não suporto que me toquem, os elogios deixam-me desconfortável, ... mas o aconchego das tuas palavras e os teus votos de confiança são suficientes para me amolecer.

Vassalagem

Onde (já) irá o tempo em que foste o senhor feudal do reduto que sou eu?

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Feito um Posseiro

Devagarinho, subtilmente, ele começou a ocupar o teu lugar na minha cabeça. Não te preocupes, o caminho até ao coração está-lhe interdito. Mas se ele não fosse tão mais impossível que tu, quem sabe o que o futuro nos guardaria?

E o sol espreita...

Nos momentos de dúvida, em que tudo se questiona, em que o cepticismo se instala, em que as cores se esbatem com a chuva e em que a cabeça cansada não consegue ir mais além. Em que se "confirma" uma realidade bem mais absurda do que aquela que surgia na imaginação mais audaz; em que nem escolhas, nem decisões, nem lutas parecem fazer sentido. Há meninos de 15 anos que nos escrevem emails assim:
Obrigado :)
Quem não veio as provas tanto orais como escritas, foi porque não quis, porque informação não faltou: nas aulas, no blogue, um e-mail... Obrigado também pela lista dos verbos, estás em tudo. Duvidei em responder o e-mail mas pensei que gostarias do meu agradecimento, além disso que é o mínimo depois do teu trabalho.
Assim, é normal que goste imenso de estudar a tua língua :)
Cumprimentos, XXX.
PD: as provas não foram tão dramaticas... Foram para mim, que sou novo e inexperto, tentarei fazê-las melhor em junho e passar ao 2ºNI ;) [sic]

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Momento épico

Durante 12 anos de estudo da língua inglesa muitos foram aqueles que me ensinaram. No entanto, se à maioria me refiro pelo nome ou pela identificação do ano em que convivi com eles, se a duas por quem tenho um carinho particular acrescento um diminutivo, aquela pessoa a quem referencio como "a minha professora de inglês" é só uma, e todos os que me conhecem sabem quem é.
Espero que a SPA não me venha pedir contas mas há dois dias, no inicio de um exame, tive a oportunidade de utilizar uma das melhores frases que lhe ouvi em tantos anos de convivência (e ao tempo que eu esperava para o poder dizer). Estando dois alunos descaradamente a bichanar, pus a minha melhor cara de intranquilidade e lancei do alto do meu 1,58m:
- Ai que despistada que eu sou, esqueço-me sempre de avisar isto: o teste é individual.
Embaraço, caras vermelhas, olhares na mesa.
Professora, a sua afinadíssima ironia continua a funcionar!

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Compras para o espírito

O objectivo era










mas à falta da cor e do modelo desejado tive que me virar para as manias de sempre:

"Valores mais altos se alevantam"

Por fim há a certeza de que num universo reduzido não existe lugar para mim.
E, de súbito, tudo mudou.
A alegria esvaiu-se (valeu enquanto durou), o sonho estatelou-se ao comprido - ou será que foi quem sonhava que se esborrachou no chão? -, a vida assumiu uma monótona gama de cinzentos.

Por um canudo

Amanhã...

Águas de Fevereiro

Há um nó na garganta. Há um murro no estômago. Há vontade de lágrimas quando se deixa de ouvir a voz que nos acalma. Há sentir-se só no mundo quando se estende a mão e ninguém a toma na sua. Há o desespero. Há a estrada... ... ...
Há racionalizar. Há pensar em superação. Há querer muito, mesmo que se saiba que o futuro que ontem estava perto afinal ficou mais longe. Há a impossibilidade de um sorriso. Há o pensar em mil cenários. Há o ver que nenhum é perfeito.
Há uma cabeça a dar voltas e um abismo a abrir-se debaixo dos pés. Há a vertigem de cair.
Há ter a perfeita noção de que ainda que hoje nada seja o que ontem foi, há trabalho pela frente para ajudar a não pensar no pior.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Não quero mudar

Estava tão sossegada no meu cantinho, protegida pelas muralhas do meu castelo imaginário, até que chegaste tu. Sinto-me frágil, meço cada acto, penso e repenso cada conversa. Não me apetece voltar a abrir portas para que uma saída extemporânea me deixe um buraco na parede. Os buracos sentimentais são tão difíceis de tapar com tijolos e cimento.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Nem contigo, nem sem ti

Não podia acreditar quando as minhas suspeitas se confirmaram: enquanto estás eu não posso estar, quando vens eu tenho que ficar em casa. É curioso que depois disso, se sou vista com alguém tenhas guarda-costas de serviço para interromper.

Ciúmes por interposta pessoa

Sabes que é muito perigoso deixar que outros guardem aquilo que achamos ser nosso por direito?

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Amanhã ao alcance

Quando o tempo de balanços recomeça, continuas a ser a primeira imagem presente na lista que há dentro da minha cabeça. Já não és o último pensamento ao deitar. Não sei se chegaste a ser o primeiro da manhã. Sei que nunca foste todo o meu mundo. Mas ainda assim, continuo a recordar-te no momento de pesar passado, presente e futuro.

Hoje o futuro parece mais próximo e tu já não tens lugar - nem mesmo como actor secundário - no meu guião.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Risk is just a board game

Ao apercebermo-nos que a armadura que nos envolve e os muros que nos protegem são tão fáceis de penetrar, sentimo-nos um bocadinho ridículos por anos de minuciosa organização estratégica.
Numa outra vida, num passado remoto, houve datas importantes que deixaram de ter significado. Houve canções que perderam o sentido. Houve palavras que nunca mais foram sequer iniciadas. Houve um mundo a desabar debaixo de um par de pés que não voltaram a encontrar chão seguro.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Auto-protecção

Não é fácil entender quando a razão nega respostas e é no (pouco trabalhado) campo dos sentimentos que se encontra a solução. Se aquilo de que se foge decide esmurrar-nos no estômago ou abraçar-nos com ternura, o resultado parece ser o mesmo.
O que fazer quando a cabeça pede causas para uma queda clara e, por mais que se vasculhe, estas não se encontram senão abrindo a caixa de pandora que nos vive no peito?

One of a kind


No canteiro em que vivemos, todos queremos marcar pela diferença, não percebendo que há muito pouco que nos distinga no meio da multidão. Depois há aqueles que por serem especiais sobressaem sem qualquer esforço - talvez por serem demasiado importantes para tantos acabem por se fazer notar.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Rosinha


Chegar a casa e ler nos jornais que a prateleira da minha estante que lhe é dedicada não aumentará fez-me um bocadinho órfã. Habituei-me a vê-la na TV quando era pequena, ouvi e li-lhe a poesia ao longo de toda a vida, assistir ao crescimento da romancista foi uma experiência inesquecível. Recomendei-a mil vezes, a amigos, alunos, conhecidos; emprestei os livros como quem revela tesouros.

Relembro a última conversa no meio da Feira do Livro, enquanto me autografava o último dobrão de ouro:
Ela: Então? Outra vez por cá?
Eu: Pois é, já sabe que os fiéis somos assim, todos os anos a vimos visitar.
Ela: É muito bom saber que há quem goste do que escrevo.
Eu: Sabe que sim, tenho todos os seus livros.
Ela: Todos? E assinados?
Eu: Não, isso só os últimos.
Ela: Traga o resto da próxima vez.
Eu: Olhe que trago mesmo.
Ela: Fico à espera. Até para o ano.
Afastei-me com um sorriso, com a noção de que há rituais (como o da Feira do Livro) que nos dão alegrias inexplicáveis.
Em Junho, o Parque vai estar muito mais vazio. As letras portuguesas já estão mais pobres.