O bombardeamento sobre um possível e (i)legal referendo na Catalunha para discutir a independência da região do resto de Espanha dura há demasiado tempo para, mesmo aqueles que não têm horários para ver noticiários e não são amantes da rádio, não nos apercebermos dele.
Esta discussão, aparentemente eterna, sobre a possibilidade de decisão faz-me pensar: teremos realmente decisão livre sobre as nossas vidas? E não falo nas reservas que nos impõe a Lei porque essas são facilmente aceitáveis e de pacífico cumprimento. Falo daquelas decisões que nos vemos obrigados a tomar por muito que o nosso instinto e a nossa vontade gritem em sentido contrário. Se somos coagidos a ir onde não queremos ir, a estar com quem não queremos estar em datas que preferimos que não existam, a aguentar atitudes desagradáveis por parte de pessoas mais ou menos desconhecidas que nos julgam sem terem tido tempo suficiente ou conhecimento para formar uma opinião. Que liberdade individual é esta que só temos em miragem? A paz social, seja a sociendade em que nos movimentamos mais ou menos restrita, corta-nos o poder de decidir todos os dias e a cada centímetro do caminho.
O mais livre é aquele que ao estar só não tem de ceder às pressões dos que tem em redor.
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