Quando somos fãs de alguém não conseguimos ter o distanciamento suficiente, logo este post vai ser o menos idóneo que escrevi no blog.
Foi (para mim) o último concerto da gira do verão de 2004. Boadilla del Monte, Madrid. Disco: "Soy Mujer". Cantora: Chenoa.
À entrada, a maré vermelha que caracteriza qualquer concerto dela, as primeiras filas apinhadas de t-shirts rubras em tantas caras conhecidas. O pior é a espera, mas até isso vale a pena!
E ela chega, é a loucura total num céu qualquer. São as canções que todos conhecemos tão bem e que entoamos em conjunto a plenos pulmões e aquela voz que nos embala os gritos, os saltos e os sonhos. É a força no palco, o desgarre da voz que parece ir romper-se na nota seguinte (de tanta entrega), é o carácter, a personalidade, a guerreira que admiramos. Mas é também a pessoa doce, a calma e a sensatez, a mulher corajosa que nos chegou ao coração.
Cada acorde faz-nos recordar momentos, amigos, amores, dores e alegrias partilhadas em tantos outros concertos a que fomos. E é sempre a pessoa que não foi, a que nos faz mais falta ali.
Sempre gostei de música, sempre fui a concertos, mas não há outros que me façam sentir assim: em família, com o público e com os que estão no palco.
Acho que não soube explicar o porquê deste fascínio. Existe e ponto. Só sei que os amigos e a felicidade que me trouxe fazer parte deste fenómeno social, ninguém me pode tirar.
Reitero aqui a frase do clube a que com orgulho pertenço: "Lo nuestro no es una moda. Lo nuestro es para siempre!"