segunda-feira, 31 de maio de 2004

Our Huckleberry Friend

Para o Carlos:
Este continua a ser para mim um raro momento de beleza no cinema mundial que só tu consegues partilhar em toda a sua grandiosidade. Que saudades do nosso Moon River.



"Well that's the one thing we've got"

Dualidade

A linha entre a suprema alegria e a mais profunda tristeza é tão ténue, não é? Então porque é que dói tanto ultrapassá-la e é tão difícil fazer o caminho inverso?

domingo, 30 de maio de 2004

Transparência

Por muito que eu queira que olhes para mim, nunca me hás-de ver, transparente, assim como sou. Tentei em vão mostrar-te o que aprendi de ti e do mundo, mas tudo isso parece nada, como eu. Um dia hei-de vencer a barreira do invisível e se nesse dia vires lágrimas correrem pelo meu rosto, serão lágrimas de alegria.

Rotas Inovadoras

Por vezes, apetece tanto que um momento não passe, apetece tanto que uma hora dure para sempre, temos tanta vontade que um minuto se alongue por uma eternidade que a necessidade de que um abraço seja infindável não se explica.
É assim que me deixas. Sempre à espera do impossível, sempre ansiando que aquele olhar tenha consequências, que aquele toque traga um precipitar de outras sensações e aquele beijo te traga memórias que eu não consigo apagar.
Outras rotas ou as mesmas? Manter o act ou levar-te à razão? Sair do mundo contigo ou ficar nele sem ti? Alinhar nos teus jogos (que não me desagradam, apesar do que diga) ou esquivar-me?
Pareço uma adolescente ao teu lado, nervosa, trémula, sem saber como actuar, que diz o que não deve e acaba sempre por fugir... Assustas-me como eu te assusto, acho que é por isso que nos afastamos.
Mas és o único.
O que é que interessa o mundo?
Vem fazer-me feliz!

Caminhos Recentes

"Aprender a dosear, a não forçar, a não insistir perante o refreamento explícito de outrem: seria capaz, alguma vez? Conter os gestos, os olhares, as palavras; dominar a tendência para o derrame emotivo?"

Frederico Lourenço

sábado, 29 de maio de 2004

A Paixão de uma Vida:os Musicais 1

Miss Saigon

Quem não sonha com um amor assim? Ainda que dure tão pouco.



The Last Night Of The World

In a place that won't let us feel
In a life where nothing seems real
I have found you, I have found you
In a world that's moving too fast
In a world where nothing can last
I will hold you, I will hold you

Our lives will change, when tomorrow comes
Tonight our hearts drown the distant drums
And we have music all right
Tearing the night

A song, played on a solo saxophone
A crazy sound, a lonely sound
A cry that tells us love goes on and on,
Played on a solo saxophone
Tt's telling me to hold you tight
And dance like it's the last night of the world

On the other side of the earth
There's a place where life still has worth
I will take you
I'll go with you

You won't believe all the things you'll see
I know 'cause you'll see them all with me
If we're together that's when
We'll hear it again

A song, played on a solo saxophone
A crazy sound, a lonely sound
A cry that tells us love goes on and on
Played on a solo saxophone
Tt's telling me to hold you tight
And dance like it's the last night of the world

Dreams, were all I ever knew
Dreams, you won't need when I'm through
Anywhere, we may be
I will sing with you
Our song. . .
...played on a solo saxophone
So stay with me
And hold me tight and dance
Like it's the last night of the world

Às vezes...

...o sol quando nasce não é para todos.

Sentidos

Sinto que estás aqui comigo, porque embora longe, nunca me deixas. Não te vejo, não ouço a tua voz, mas as coisas à minha volta têm o teu cheiro e deixaste na minha boca o teu travo doce, inesquecível.

sexta-feira, 28 de maio de 2004

Que saudades! (parte 2)

Para além de todos aqueles, ficaram em mim as memórias de uma menina que teve que se retirar demasiado cedo, mas já com uma carreira absolutamente brilhante.
Com nome de grande campeã - Martina - foi número 1 do mundo pela primeira vez aos 16 anos e dava gozo vê-la jogar.



Martina Hingis jogava ténis como quem joga xadrez, sabia todas as regras, tinha um conhecimento profundo da sua arte, havia sempre um plano B (e C e D e E) para quando o jogo normal não funcionava. Nutria um profundo amor pela profissão que escolhera e divertia-se a disputar cada jogo. Faltou-lhe ganhar Roland Garros e aos 19 anos na última final que disputou naquele court central parecia estar a adivinhar que não voltaria. A visão do seu "tabuleiro" de jogo fazia com que cada linha fosse um aliado, cada saque o ínicio de um momento único, cada jogada um regojizo para o espectador.
Tinha demasiado carácter? Sim, decididamente. Mas era uma mulher (ou menina) decidida, sabia o que queria e era difícil admitir que o não pudesse atingir, à primeira. Tenho muita pena de nunca a ter podido ver jogar ao vivo, ainda não perdi a esperança do regresso como "velha guarda" dentro de alguns anos.
É que mais do que qualquer outra coisa nela, era impressionante como jogava com o cérebro e podiamos ver-lhe na cara o desenhar da nova estratégia perante a adversidade.

Que saudades!

Em época de Roland Garros batem as saudades dos amantes do ténis pelos grandes jogadores: Boris Becker, Steffi Graff, Martina Navratilova, Marcelos Rios (não consistente mas incrível nos dias bons), Mary Pierce, Iana Novotna, Bjorn Borg... e tanto outros.
Claro que ainda temos um Agassi sempre em grande forma, temos uma Monica Seles que continua a lutar como a grande campeã que é, e as esperanças em Andy Roddick e Kim Clijsters.

Mas o ténis mudou, nos homens nota-se a falta do carisma dos jogadores de antigamente (os que o ainda o têm são os que se mantêm em jogo ao cabo de anos e anos de carreira), mas no jogo femenino perdeu-se a beleza da técnica perante a brutalidade e a força pela força.
Não entendo o prazer de ver uma mulher demasiado musculada a perder jogos porque sem força no serviço não é nada. E os ensinamentos de Steffi Graff? Que nos mostrou que uma menina magricela e demasiado alta, pode ganhar pela velocidade e pela elasticidade? Foi imbatível frente a qualquer um durante anos, era um orgulho vê-la jogar e ver que mesmo lesionada sabia dar a volta à partida. Era mais do que qualquer outra coisa uma enorme atleta.
E as acrobacias de Becker? A maneira impressionante como chegava a qualquer bola, até aquelas em que nem mesmo ele acreditava.
Antes valia a pena ver ténis, agora (salvo raras excepções) nem por isso.

Diz que começa hoje



Mas há coisas que eu não entendo assim muito bem.

- O regresso das velhas guardas:
O Paul McCartney ainda faz rock? E by the way será que ele ainda está vivo?
O que é feito do Peter Gabriel desde o "Sledge Hammer"?

- Será que os portugueses vivem num fuso horário diferente?:
Porque é que os Xutos e o Rui Veloso actuam às 18h20 e às 18h30 respectivamente?

- Strangers in the night:
Desde quando é que a Daniela Mercury, a Britney Spears, a Ivete Sangalo, o Luís Represas e o Alejandro Sanz tocam rock?

Bom, acho que há coisas que o melhor é não questionar. Mas se estamos em recessão económica estará o preço dos bilhetes adequado a Portugal?

Voltam os Super-ministros

Diz aqui que a Ministra das Finanças para além de andar a acabar com as carteiras da malta, agora também tenta exterminar jornalistas inoportunos.
Porreiro, mas será que não tem que pedir acumulação como practicante profissional de wrestling? E não haverá incompatibilidade?

quinta-feira, 27 de maio de 2004

Todo o poeta tem a sua musa...

Mas então, e quem não é poeta? Pois é, esta ideia de se ter um blog é muito engraçada e estimulante até ao momento em que não nos ocorre nada de interessante para dizer. Então, escrevemos um post só para dizer que não temos nada para dizer e o nosso leitor imaginário perdoa-nos o vazio de ideias porque as musas são criaturas que andam sempre muito atarefadas a descer sobre os poetas e não têm tempo para dar uma mãozinha a meras bonecas. Não tem importância, as nossas veleidades hão-de chegar para dar conta do recado.

quarta-feira, 26 de maio de 2004

The Champions

Aleluia

Dúvida? Não. Mas luz, realidade.
E sonho, que na luta, amadurece
- o de tornar maior esta cidade.
Eis o desejo que traduz a prece.
Só quem não sente o ardor da juventude
poderá vê-la de olhos descuidados.
Porto - palavra exacta. Nunca ilude.
Renasce, nela, a Ala dos Namorados!
Deram tudo por nós estes Atletas.
Seu trajo tem a cor das próprias veias
e a brancura das asas dos poetas...
Ó Fé de que andam nossas Almas cheias!
Não há derrotas quando é firme o passo.
Ninguém fale em perder! Ninguém recua...
E a mocidade Invicta em cada Abraço
a si mais nos estreita. A Pátria é sua.
E, de hora a hora, cresce o Baluarte!
Lembro a Torre dos Clérigos, às vezes...
Um Anjo dá sinal quando ele parte...
São sempre heróis! São sempre Portugueses!
E, Azul e Branca, essa Bandeira avança...
Azul, Branca, Indomável, Imortal.
Como não pôr no Porto uma Esperança
Se "Daqui houve nome Portugal"?

Pedro Homem de Mello

Cat on a hot tin roof



Um dos meus filmes fétiche.
A peça de Tennesse Wiliams é absolutamente brilhante, uma tragédia psicológica, de personagens entranháveis, desempenhadas por um Paul Newman e uma Elizabeth Taylor sem defeitos de representação, no auge da beleza e numa erupção de sensualidade. Um par estéticamente perfeito que apenas a ficção poderia juntar e que à primeira vista tudo teria para protagonizar um happy ending, mas Williams trocou-nos as voltas.

Deixo uma pergunta que há muito me vem rondando a cabeça: para quando esta peça nos palcos portugueses com Alexandra Lencastre como protagonista? A personagem foi feita para ela: furiosamente dramática, exageradamente emotiva e explosivamente sensual.
Será que só eu vejo isto???
Deixo a ideia...João Lourenço, com a coragem que o caracteriza torne-a real e já agora reserve-me um lugar na estreia.

Ata ou Para bom entendedor meia palavra basta

José María Cano escreveu para Ana Belén uma das mais brilhantes canções da música espanhola (na minha humilde opinião), deixo uma estrofe que se pode aplicar...

Lia

[...]Lias tus miradas a mi falda
Por debajo de mi espalda
Y digo yo, que mejor
Que el ojo pongas la intención[...]

O mar

Na minha condição de Alentejana do Portugal profundo sempre me questionei acerca do fascínio que toda a gente parece ter pelo mar. Há quem lhe faça falta sentir-lhe o cheiro, olhá-lo e entrar nele para se sentir realizado e feliz.
O mar sempre me pareceu particularmente belo, estéticamente perfeito (tanto na mansidão como na turbulência), mas nunca me fez falta. Gosto de ir à praia, adoro nadar, mas não posso chamar-lhe uma necessidade extrema, algo sem o qual não posso viver. Por isso nunca entendi esse magnetismo que aquele mundo azul tem para tanta gente.
Foi na FLUL que me explicaram. Uma senhora também ela fascinante disse um dia numa aula:
"O mar é o céu ao nosso alcance."
E de repente fez-se luz. Era isso. O que fascina no mar é ele ser o espelho daquilo que não sabemos se algum dia poderemos atingir.

terça-feira, 25 de maio de 2004

Persistência

Há dias conversava com uma amiga no metro do Campo Grande. Paradas perto das escadas rolantes, prolongávamos uma conversa quase vazia de conteúdo por falta de vontade de dizer adeus. Surgiu, então, uma senhora que avançou em direcção às escadas rolantes . Só havia um problema neste acto corajoso de querer subir as escadas: elas só desciam. Distraída, a senhora teimava em subir degraus e nem se apercebia de que quanto mais se esforçava, mais ela descia. Após várias tentativas, a senhora parou e olhou as escadas rolantes incrédula. Passados longos segundos de reflexão, percebeu o que se estava a passar e, frustrada, deixou de insistir em subir por ali. Fez mal. Nunca devemos desistir. "O sucesso é passar de falhanço em falhanço sem perder o entusiasmo" (Winston Churchill)

O Fim

Acabaram-se as idas à FLUL todas as terças-feiras. Não tenho mais desculpas para lá ir com frequência. Nos tempos da licenciatura nunca pensei que pudesse vir a sentir falta daquelas paredes velhas, das pessoas que cresceram comigo, das pessoas que me ajudaram a crescer. O Curso Livre de Literatura Portuguesa era uma excelente desculpa para poder ouvir alguns dos melhores professores discorrerem sobre literatura contemporânea, mas terminou hoje. Talvez esteja lá novamente para o próximo ano, para não me deixar consumir pela saudade.

"Home Sweet Home" ou Nostalgia 2

"Home Sweet Home" ou Nostalgia

Toada de Portalegre

Em Portalegre, cidade
Do Alto Alentejo, cercada
De serras, ventos, penhascos, oliveiras e sobreiros,
Morei numa casa velha,
Velha, grande, tosca e bela,
À qual quis como se fora
Feita para eu morar nela [...]

[...] Lá num craveiro que eu tinha,
Onde uma cepa cansada
Mal dava cravos sem vida,
Poisou qualquer sementinha
Que o vento que anda, desanda,
E sarabanda, e ciranda,
Achara no ar perdida,
Errando entre terra e céus...,
E, louvado seja Deus!,
Eis que uma folha miúdinha
Rompeu, cresceu, recortada,
Furando a cepa cansada
Que dava cravos sem vida [...]

[...]E era então que sucedia
Que em Portalegre, cidade
Do Alto Alentejo, cercada
De serras, ventos, penhascos, oliveiras e sobreiros,[...]
[...]- A minha acácia crescia.

Vento soão!, obrigado
Pela doce companhia
Que em teu hálito empestado,
Sem eu sonhar, me chegava!
E a cada raminho novo
Que a tenra acácia deitava,
Será loucura!..., mas era
Uma alegria
Na longa e negra apatia
Daquela miséria extrema
Em que eu vivia,
E vivera,
Como se fizera um poema,
Ou se um filho me nascera.

José Régio

Ainda não fui à Feira do Livro

Pois é, a peregrinação anual ainda não começou este ano.
Adoro aquela rotina de ir no primeiro dia para ver, no segundo para localizar, no terceiro para comprar, e algum mais só para passear. A alegria do cansaço depois, porque já tenho um fornecimento de tesouros tão desejados para uns tempos.
Adoro ler. Adoro livros. E a Feira do Livro enche-me a alma.
Estou tão lamechas...ainda por cima não pára de chover aqui por Portalegre.

segunda-feira, 24 de maio de 2004

Notícia de extrema importância

Acabo de chegar a Lisboa e apercebo-me agora o quanto estive desligada do mundo que me rodeia: perdi uma das notícias mais importantes do mês. Noticiam os jornais da especialidade que o Fernando Couto poderá vir para o Benfica. Verdade seja dita, o azul do F.C.Porto fica-lhe muito melhor, mas o Estádio da Luz fica mais perto da minha casa... Enquanto os boatos não se confirmam, vou formulando argumentos que o pudessem convencer a ficar a viver cá em casa. A minha família está rendida: o meu pai teria com quem discutir futebol, a minha mãe teria alguém para alimentar com os seus belos petiscos e eu teria alguém com quem conversar sobre assuntos sérios e interessantes como política internacional, música, cinema, teatro, literatura...
Sem certezas da eficácia do poder de persuasão dos meus argumentos, sempre posso recorrer ao rapto, não?

domingo, 23 de maio de 2004

Em transe traumático...

Uma "so-called" amiga mandou-me um email com um jogo musical (pavoroso). Atingi o nível "Admirável" (70%), não consigo sair daqui e isso deprime-me profundamente. Há que admitir que os bonecos não são brilhantes, saliento as semelhanças dos u2, dos queen e da cristina aguilera, mas fico frustrada na mesma por não conseguir acabar isto, nem poder saber a solução. Se alguém chegar ao fim que me ajude. Neste momento prometo vingar-me nos amigos e esperar que tenham uma performance ainda pior. Uma rapariga tem que se alegrar com algo.

sábado, 22 de maio de 2004