quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Beckett de cabeça para baixo

Fiona Shaw no National Theater
Escondo a cabeça na areia para não ver o mundo que me envolve e me comprime. Não sei se tapar os olhos fará com que a realidade desapareça e me libertará ou se é simplesmente uma ilusão. Ilusão de felicidade momentânea, oásis de leveza, miragem com que sonho e não chegará nunca. 
Ainda assim, quero aproveitar os minutos de escuridão para refletir sobre mim, para entender em que é que continuo a errar (e porquê), para voltar renascida e forte, pois toda esta fragilidade dos últimos tempos não condiz comigo.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Ao Bicho Papão

Quero que me abandones os sonhos, que deixes de converter cada noite em pesadelo. Quero que me afetes o menos possível e a dor da insegurança me permita viver de uma vez por todas. Não vais continuar a conseguir o teu objetivo porque eu não te vou deixar. 

It's a season to be ...

Fa la la la la la la la la

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Weeping You

Dear P,
às vezes a vida toma caminhos que nos fazem acreditar que os milagres não existem, que há certas coisas que simplesmente não acontecem. Quando levamos demasiado tempo a acreditar numa coisa sem que ela chegue, começamos a perder a fé. Logo eu, que sou de ideias fixas e que gosto de insistir nos mesmos erros, um dia desisti de esperar e deixei de acreditar. Mas às vezes os milagres acontecem sem darmos por eles, sem estarmos à espera. É por isso que não dei por ti, é por isso que não contei contigo. É claro que enchias a sala cada vez que chegavas, é claro que o meu dia era mais feliz cada vez que sorrias, é claro que brilhava por dentro cada vez que te aproximavas. Por muito que não to dissesse ou não quisesse que o visses, tu sabias. Não quis deixar-te entrar, apesar do tanto que queria. Talvez fosse a intuição a falar-me em silêncio, talvez fosse esta falta de fé. Quando finalmente entraste e te pedi que ficasses continuei céptica. Pensei que se nem eu nem tu conseguíamos parar-nos, se nem eu nem tu podíamos resistir e impedir-nos de sentir a pele um do outro, teria de pendurar um sinal stop junto ao coração. Esperava que, apesar de eu não conseguir verbalizar, tu respeitasses o sinal e não tentasses invadir esta pequena propriedade privada que é o meu coração. Não fui a tempo. Admites que a atracção continua, que combinamos, que temos tanto em comum, que admiras tantas coisas que eu também admiro em ti. Esta reciprocidade agora dá cabo de mim. Confessas-me que racionalmente poderia ser a melhor solução para ti, que conseguias imaginar um futuro ao meu lado e eu, sem dizer que te quero bem, sem te contar que quero o melhor para ti, sem admitir que secretamente imaginei o mesmo, apesar de a intuição não me dar margem para expectativas, vejo-te ir embora. As relações são como um edifício, vão sendo construídas aos poucos, com bases sólidas para que não caiam. Se tem as fundações certas, amor, respeito, confiança, sinceridade, compreensão, apoio, honestidade, não se desmorona. Infelizmente, o nosso edifício não passou de um esboço. E aqui estou eu, de sinal stop na mão e uma propriedade privada encerrada para balanço. E apesar de não estares aqui, quero que te encontres e sejas feliz. Mesmo longe, o teu nariz será sempre o mais bonito.
Com carinho,
J

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Despojos do dia

Que força oculta nos impelirá a continuar se vemos a batalha perdida?
O que resta depois da luta? 
O que é que fica quando já deixámos de ser nós? 

Qual foi o momento em que a submissão começou a parecer uma boa perspetiva no horizonte do guerreiro?
Valerá a pena deixar-nos para trás para continuar a (sobre)viver no meio da selva? 
Será que sobreviver passou a ser mais importante do que viver?
O que fazer com os pedacinhos de sonhos por cumprir que vamos encontrando nos bolsos cada vez que mudamos (rotineiramente) de roupa?

Ao ver a cara ao medo, gritamos por ajuda, choramos, fugimos, enfrentamo-lo ou deixamos que nos apanhe de uma vez?
Se perdermos a intensidade, qual é o espelho em que nos reconheceremos?

Quero continuar a ser



sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Coleccionismo radical

Desde que vivo no Barlavento algarvio colecciono catástrofes naturais: um sismo, inundações, vários jantares de Natal na escola e um tornado. Só não espero erupções vulcânicas pelas razões óbvias. E ainda assim, não sei...

Tu intrigas-me

Essa frase é minha, como sabes. Mas não te preocupes, não cobro direitos de autor. Se fosse cobrar tudo aquilo que devia desde que te conheço...

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

S.O.S.

O que fazer quando o chão nos foge... outra vez?

Outra vez o conjuntivo

Talvez seja melhor não o fazer. Hoje sim, amanhã não, no dia seguinte quem sabe? 
Vestimos o sorriso e a cara feliz (ainda que os olhos normalmente não mintam) e seguimos o caminho que já não sabemos se escolhemos algum dia ou se tomámos porque era o único que parecia possível.  As dúvidas enchem-nos a alma sem deixar espaço a mais nada e os pensamentos não nos empurram para a luz. 
O que fazer quando o ensino do presente do conjuntivo volta a coincidir com a incerteza fora da sala de aula?

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

17

Só eu e tu é que sabemos a importância que este número tem hoje.

More than words

As palavras que dizemos - quando não devemos, nem queremos, e sabemos que as não podemos dizer - são aquelas que menos significado têm porque são ditas desde a dor e da raiva. São essas, infelizmente, as que mais magoam o outro e mais se lhe pegam à memória. 
Queria poder apagar mil palavras, as que disse sem sentir, as que gritei quando não devia, as que apenas serviram como arma de arremesso. Porque me arrependo delas, e mais do que de as ter dito, arrependo-me de as ter pensado.

À tua procura


domingo, 23 de setembro de 2012

Bluff

Se não nasceste para jogador de poker, por mais que conheças os segredos que pode esconder uma cara inexpressiva, por mais que a tentes emular, por muito que a jogada te saia bem alguma vez, a tensão acumulada enquanto fazes bluff passa-te uma fatura bem alta e não te permite desfrutar da vitória.

Boundaries

Queria tudo o que era de outra pessoa e também aquilo que o outro não lhe podia dar. Podia ceder-lhe os livros e as canetas, podia até mesmo permitir-lhe que levasse consigo alguma peça de roupa que nunca usara e tinha comprado sem pensar demasiado. Ainda que não entendesse o porquê dessa necessidade compulsiva de acumular os bens de outrém.
Porém, não lhe podia dar a vida inteira, nem a atenção total, nem os sentimentos que pertenciam a um outro alguém tão mais especial.

Tentava impor limites e quando se relaxava pensando que estes tinham sido compreendidos, vinha uma nova invasão do espaço vital, uma nova exigência, um novo despropósito.
E assim vivia, na constante corda bamba que mediava entre a amizade e a gratidão, e quando caía no erro de olhar para baixo não via mais do que um abismo repleto de obrigações, de faltas de tempo, de pedidos, de angústias e de um afastamento que, às vezes, lhe parecia inevitável.

sábado, 22 de setembro de 2012

Regressos a um passado já longínquo

Era uma vez uma rapariga que, desde bem pequena, lia todos os livros que encontrava - os que tinha em casa, aqueles que lhe emprestavam, os que comprava de modo quase compulsivo ou os que trazia da biblioteca. Lia sôfrega e avidamente, palavras atrás de palavras, frases mais ou menos especiais e histórias nem sempre inovadoras. 
Tanta leitura acarretou somente um problema: não conseguiu atingir o ponto da maturidade do leitor, aquele em que lemos o que previamente escolheramos com critério. A avalanche de vocábulos levara consigo o poder de decisão e ela era incapaz de saber se tinha mais qualidade um romance de cordel ou o Ulysses de James Joyce. Os que a amavam sentiam-se, por vezes, constrangidos quando numa discussão literária ela citava um qualquer livro menor comparando-o com os grandes sem noção do absurdo do que dizia.

I get so emotional

Continuam a aflorar lágrimas cada vez que ouço uma das canções dela.

(Ainda agora uma menina que cantava mais ou menos apareceu na tv a tentar um Run to you)

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Surreal

Uma Diretora de Turma ter o facebook como única forma de comunicar com um encarregado de educação que emigrou sem avisar com o seu educando.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Sempre teremos aquele fim-de-semana

Numa noite de má memória, depois de uma interrupção (que mais tarde provou ser) definitiva.
Ele: Estamos há mais de duas horas a falar de trabalho, como é possível tendo em conta que esta não foi a primeira escolha de nenhum dos dois?
Ela: Pois...
E pensava a rapariga com os seus botões: Não quererás que falemos do porquê de ser tardíssimo e ainda não nos termos deitado ou do esquisita que é esta não-relação que mantemos desde há demasiado tempo.
A verdade é que sabiam que não podiam ceder aos instintos mas separarem-se para dormir também não se perfigurava como uma opção aceitável, assim falavam e falavam durante horas só para poderem permanecer na companhia um do outro.

Sshhhhh!

Percebeu que tinha crescido quando calar, não discutir e não se defender começaram a parecer as melhores opções.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Think more, talk less

Engraçado como a amizade, o interesse, a paixão podem resultar da aversão, da indiferença, do ódio quando nos propomos a entendê-los melhor, e como a amizade, o interesse, a paixão podem ser doces quando pensam ser cruéis e devastadores quando acreditam ser a salvação.

You can't always get what you want

Já não sabes o que fazer com todas essas lágrimas, que não sabias sequer poderem caber dentro desse pequeno abrigo escondido no teu peito. Não podes secá-las porque se elas se multiplicam quando o tentas fazer. Não podes ignorá-las porque elas dominam a razão. Não podes deixá-las correr porque elas impedem-te de agir. Já não sabes o que fazer com todas as horas dedicadas, que não sabias sequer poder investir sem esperar algo em troca. Não podes recuperá-las porque o tempo não volta atrás. Não podes esquecê-las porque o relógio revive cada momento. Não podes vivê-las porque preferes não dar conta que elas passaram. E já não sabes o que fazer com tudo o que aprendeste, que não sabias sequer poder entender. Não podes utilizá-lo porque não queres ser essa pessoa. Não podes aceitá-lo porque recusas que te transformem. Não podes apagá-lo porque já não serias a mesma. E de repente descobres que nem tudo se cura com uma gargalhada.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Go the distance

Não é o cumprimento do dever o que está em causa, é o esforço extra. Aquele pequeno nada, sem qualquer importância, que nos sussurra ao ouvido que devemos superar-nos e ter vontade de fazer sempre melhor.

My make-up may be flaking

A insegurança do futuro que não domino frustra-me mais do que nada. Não me apetecem segundas opções, porque consigo - mesmo sem bola de cristal - prever o que trarão: dúvidas, incertezas, autoencerramento na minha concha e os sorrisos treinados para funcionar. 
Não é a distância o que me mata (sempre fui diferente do mundo em redor), não é o carro, nem a solidão dos quilómetros, são os lugares vazios na plateia que me obrigam a duvidar da vocação que sei não ter.

domingo, 19 de agosto de 2012

Ouriço ou bicho de conta?



Enrolada em mim mesma, espeto os espinhos para me proteger do exterior. Talvez me custe entender que a fraqueza me dói, me mói, me corrói por dentro e preciso de rabujar como mecanismo de defesa. Sou assim - por mais que me esforce por mudar - nos momentos em que a frustração se abate, mostro as unhas e assim, tentando causar não sei se medo se repulsa, escondo melhor o coração magoado.

sábado, 18 de agosto de 2012

Primaveras



Comoveram-me as imagens da que não foi a minha viagem.
Receei, primeiro, os ataques rasteiros do monstro verde; depois da pena que poderia, eventual mas provavelmente, ter tentado invadir-me o coração; as saudades bateram à porta ao de leve; porém, foi a alegria de os ver juntos, a todos (todos mesmo todos, até aqueles que não se costumavam juntar), o que me fez sentir plena e me demonstrou que as sementinhas que plantamos - ainda que o meu talento com a flora seja nulo - podem florescer na primavera mais inesperada.

Beco sem saída

Aquilo que se diz, de maneira calculada ou não, provoca reações nos demais. Agrado, demonstrado por um sorriso; desagrado, que se nota num franzir do sobrolho; entusiasmo, fascínio, ... , toda uma imensa gama de possibilidades. 
E quando provoca o silêncio e a impavidez de expressão? O que significará a aparente ausência de tudo o que acompanha a linguagem não verbal? 
Talvez o outro estivesse distraído, talvez ficasse verdadeiramente indiferente, ou talvez (a mais dura das opções) tenha ficado a matutar em quantos sonhos aquelas palavras ceifaram.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

If you (just) smile...

Hoje em dia, o sorriso era a única arma que possuía. Enquanto sorrisse, o inimigo desconhecia se estava a conseguir ganhar ou não.

Want for proximity

Relembro, sozinha, sentada no meu sofá de toda a vida, aquela frase que disseste um dia e que repetimos para nos rirmos com alguma frequência. Aquela frase que nos motiva e nos faz sentir mais fortes, aquela frase que nos demonstra que sabemos e sempre soubemos o que queríamos, e que o resto chegou com a naturalidade com que um dia se sucede ao outro. Foi uma necessidade de proximidade o que nos uniu, a Natureza apenas contribuiu para que os sonhos convergissem.

Old Hollywood

Eu sou o bom e velho Hollywood. Aquele que nos fascinava com grandes planos, com lágrimas de felicidade a correr por rostos que falavam sem voz, onde havia enormes romances em que o coração batia mais forte e que nos faziam sonhar. 
Não quero pipocas nem tremendíssimos efeitos especiais na minha vida, quero um bom filme com final feliz a preto e branco, e todas as sensações e emoções a que (acho que) tenho direito.

domingo, 29 de julho de 2012

Viagens

É quando temos o fim à vista, e parece que algo dentro de nós nos impele, quando fomos nós quem proferiu as estúpidas palavras que nos fizeram avistar o precipício, que temos ainda mais a certeza de que não o queremos. 

As vertigens que me assolam não me puxam para o abismo desta vez, empurram-me no sentido contrário, no caminho do bem, do futuro que quero, daquilo que não sei se mereço mas que me faz profundamente feliz.


(Foto do Gabriel)

Mulheres, bah!!!

Por vezes, quando refiro o fim é porque preciso que me recordes o início.

quinta-feira, 26 de julho de 2012


São as ondas do mar que te levam; são elas que te afastam de mim.

Poeta

Foste poeta um dia, falando-me de circulos perfeitos que se cerram no mesmo ponto em que se abriram, e, justamente nesse dia, descobri que a tua poesia tinha o dom de me fazer chorar.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

A sonhar com...

Astúrias e Cantábria

Promessa que te fiz

Pediste-me para escrever, para não abandonar o cantinho e o prazer da escrita. Estou a tentar cumprir à letra o teu pedido (como costumo fazer sempre que posso) ainda que a falta de hábito se esteja a notar a olhos vistos e a fluidez tenha desaparecido.

Barbravention

O verão é uma época particularmente complicada. É o calor a fazer-nos perder a vontade de agir, as janelas meio fechadas que impelem ao ócio, a (maldita) distância a que custa habituar-se, a falta de horários, normas, deveres. Mas é principalmente o tempo extra, de não bulício, o que nos faz parar e pensar naquilo que um ano inteiro de correrias não nos permitiu. Fazemos balanços, procuramos saídas, porém notícias de crise, (nova) redução de salários, reestruturação, incerteza e insegurança, não ajudam a procurar vontade para lutar.

É nestes momentos escuros que o nome da diva surge de novo. Faz burbulhar a motivação, impele ao esforço e ao empenho, proporciona sorrisos e decisões mais acertadas, porque aqueles que admiramos Streisand, sabemos onde encontrar a faísca para não desistir.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Penso continuar a ser



Aprender - com a devida vénia *

Agora tornada professora - aquela profissão que passei toda a infância e adolescência a dizer que jamais abraçaria - relembro aqueles que me influenciaram de tal maneira que me "fizeram" enveredar por um caminho que me parecia impossível.

Relembro a primeira educadora infantil (a Isabel) que eu adorava como só uma criança pode, a primeira professora primária (a D. Francisca, que tinha sido, por sua vez, aluna da minha avó), a primeira professora de inglês (a prof. Teresa) e a sexta (a prof. Elsinha, como ainda hoje gosto de me referir a ela), a professora de Ciências de 6º ano, a maravilhosa e inesquecível professora Guadalupe que despertou em mim a paixão pela minha própria língua, língua essa que hoje (muito orgulhosamente) ensino. Junto também à lista duas professoras da faculdade: a Professora Rita e a Professora Joana - porque me apoiaram, talvez sem saber, e me ensinaram a importância do método e a cultura do esforço. Me ralharam e me ofereceram uma mão, cada coisa a seu tempo.
Talvez estas duas últimas e outra a quem ainda não me referi (por merecer o maior destaque da minha vida académica) tenham sido as três pessoas que mais me influenciaram. Talvez por culpa delas queira ser cada dia melhor.

Sei que o meu trabalho não é tão importante como o delas. Eu não influencio ninguém, ensino adultos maravilhosos que já têm uma vida formada e organizada e que aprendem português como língua estrangeira por hobby. Tenho somente um ou dois adolescentes perdidos numa selva de gente crescida. Contudo, gosto de ser melhor para e por eles, gosto dos gestos de atenção e carinho, gosto de uma sala de aula cheia, e gosto de pensar que se me vissem por um buraquinho todos os docentes referidos aqui (e aqueles que não tenho a capacidade nem o talento de referir, ou tornaria este post numa lista interminável de nomes) teriam um pouquinho de orgulho por terem semeado algo na menina tímida, calada e reivindicativa ao mesmo tempo.

A todos o meu mais sincero obrigado. Contudo, principalmente tenho de agradecer à professora Adélia, pelo carinho, a paciência, o sentido de humor, o talento, a inspiração, por saber sempre estar presente mesmo quando não temos tempo para dizer um olá rapidinho. Obrigada, professora, por ter estado ao meu lado, nos momentos bons e maus (e até mesmo nos piores), por ter sido e continuar a ser o meu modelo, e por me ter ensinado tanto, na escola e fora dela. 

* Post inspirado por uma lindíssima atitude da Fátima para com a nossa professora de Geografia que leio atentamente ainda que ela não saiba (o meu obrigado também a essa senhora fantástica que conseguiu que a disciplina de que eu menos gostava na escola se tornasse numa área interessante e estimulante).

domingo, 1 de julho de 2012

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Tenho saudades tuas Jess!

Quando me apetece chorar, assim à noite, já tarde. É em ti que penso, amiga de todas as horas, e tenho pena, tenho pena que esta saudade não passe com as lágrimas.

Alentejo interior

O sol nasce e põe-se com a mesma parcimónia do dia anterior e daquele que há de vir. Nada muda, nem na paisagem, nem no horizonte, nem no futuro que se pode observar a olho nu. A necessidade de mudança oprime o peito e fá-lo doer de desespero; voltaram as noites sem sono e o medo do nada aparente. 

Serão as origens o que me sufoca, tal como o fazia o calor estival de 40º à sombra da minha infância? Poderá o Alentejo planície que desconheço (pois o meu tem serra e verde e água) ter-se apoderado da minha alma e nela ter plantado o sobreiro solitário em fundo de cores terra? Será que esta necessidade incessante de beber água é um reflexo dessa mesma realidade interna?

Gosto de sonhar com um futuro risonho, em tons esperança, que me embala quando abro a porta de casa e entro para descansar do quotidiano. Mas ele não quer chegar por mais que eu o anseie, e vou (pouco a pouco) perdendo o ar e o chão.

Gritos mudos

O que é que se pode fazer quando já não se aguenta mais?
Gritar para quê?
Fugir parece impossível neste labirinto sufocante que me leva sempre ao mesmo lugar.
Chorar não vale a pena, principalmente por a alma ser demasiado grande.
Já não há criatividade que sirva de bóia de salvação, talvez por isso o silêncio seja o muro das lamentações em que me prefiro esconder.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Eu hei-de comer caracóis...

Surpreende-me esse teu ritmo suave e doce, que é tão meu. Ninguém é assim tão gentil quando tenta ser arrojado.

Wake up slow

Soubesses tu como me conquistas todos os dias um bocadinho mais cada vez que pedes desculpa por não teres conseguido ler-me nas entrelinhas e já não dirias que sou misteriosa. O meu único mistério é querer-te mais do que imaginas.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

No more slow motion

Não sei se é tempo que me falta, se vontade de colocar em palavras o coração. Já não sei definir-te em segundos, já não sei entender-te em poucas palavras. Será porque não fomos capazes de acompanhar o resto do mundo? Enquanto ele vivia depressa, nós ficámos suspensos entre definições de um qualquer dicionário abstracto, pensando que a calma e o sossego nos protegeriam de cair em excesso. Sem darmos conta, cedemos a esta dormência e agora arriscamos tudo para entrar no ritmo. Diz-me que vou saber escutar-te, que vou saber cuidar de ti como mereces. Diz-me que vais saber dar o melhor de ti, que vais saber entender o que preciso. Não te feches em ti mesmo, não te finjas indiferente, não desistas. Eu prometo não te deixar cair, não te fazer chorar, não te consentir adormecer novamente. Toma balanço e corre atrás. Quando aceitares a velocidade do mundo, vais seguramente perceber a vida a recomeçar.

sábado, 24 de março de 2012

Calamidades em crise

As festas de final de período na escola estão cada vez menos desastrosas. Estamos a perder qualidades.

terça-feira, 20 de março de 2012

Irresistible urge

Mr Darren Criss, em repeat no meu iPod.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Ray of hope


Até o céu que acorda mais nublado tem guardado, algures, escondido, a espreitar, um raio de sol. E é este que ilumina o mar da vida, esteja ele tranquilo ou em turbilhão.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Partes do queijo

Tento fazer o que me dizes, dividir a vida no seu todo em segmentos mais pequenos para entender o que vai bem, o que vai mal e aquilo que se pode mudar. No meio da confusão só tenho uma certeza: tu!

Para quê?

Há dias em que é a única pergunta que me ronda a cabeça: Para quê? 
Para quê o esforço? Para quê o cansaço? Para quê a dedicação? Para quê querer ser e fazer sempre melhor? Se a mediocridade nos circunda e triunfa, para quê insistir em tentar crescer no caminho que nos parece certo, quando dele não vem nada, nem sequer vem luz? 

Afonia (?)

Podemos ficar sem voz por questões físicas ou simplesmente porque falar nos traria pressões desnecessárias. Então preferimos calar-nos e deixar passar o tempo, esperando que tudo se resolva por si só e não entendendo que quanto menos nos impomos, menos nos poderemos impor.

In memoriam

Não é da voz que sentirei a falta, para isso há cds e vídeos em casa e na internet, é do sonho. Enquanto ela estava neste mundo podia acreditar que a voltaria a ver e a experienciar a perfeição de uma voz irrepetível. 



Os a que admirámos e amámos verdadeiramente continuávamos a manter viva uma réstia de esperança, e acreditávamos com profunda fé que chegaria o dia em que a diva (a nossa diva) recuperaria o fôlego e nos encheria de emoção outra e outra vez. E com cada tentativa o sonho renascia, e sempre que não resultava dizíamos ao mundo "não pôde ser" e a nós próprios "não era o momento adequado, mas o momento vai chegar".
E agora? Onde guardamos os pedaços do sonho não cumprido?

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Futuro


Contigo.

Factum

Prefiro de longe a designação lusa para um emprego fixo na área em que trabalho. Para uma portuguesa -com toda a carga que tal nacionalidade acarreta - dizer-lhe que o seu "destino" é a 120 kms de casa é um peso psicológico quase impossível de aguentar. Afirmar que a minha colocação definitiva é no lugar X, permite-me acreditar que vai haver um momento em que os 240 kms diários se reduzirão. Chamar-lhe "destino" provoca-me um arrepio na espinha porque esta palavra para uma mente nascida e criada no lindíssimo "jardim à beira-mar plantado" está povoada de uma sensação de inevitabilidade que não quero na minha vida.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Esforços vários

Costumamos fazer esforços porque nos vale a pena a recompensa que acarretam. Puxamos barcos, viajamos diariamente até ao infinito, corremos atrás do tempo, enfim, empurramos as barreiras impostas pelos nossos próprios limites e percebemos que estas cedem se tivermos força suficiente. 

Mas qual é o limite dos nossos próprios limites? Onde é que está a linha que não podemos passar? Será que só nos apercebemos que o esforço foi demasiado quando o corpo ou a mente colapsam? Seremos assim tão injustos connosco mesmos que não entendemos que, às vezes, o esforço que parece meritório não é mais do que outro peso para arrastar ao longo dos dias?

It's a kinda magic

A combinação mais inesperada, feita por rede social ou aplicação nova no telemóvel, já não recordo bem, traz as melhores surpresas. Duas pessoas tão diferentes, com aparentemente nada em comum, mas que procuram o tempo possível para partilhar um bocado juntas e comigo. 
Quando decidi - por conselho sábio - abrir-me um pouco mais ao exterior, esta não era uma situação que eu tivesse imaginado e ainda me parece magia o bom e o agradável que é ter ex-alunos que passaram a ser amigos.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Dos amigos

Segundo o dicionário, um amigo é uma pessoa ligada a outra por sentimentos de afeição e consideração pessoal.

Sei bem quem são aqueles que considero amigos. Perdi alguns ao longo dos anos, é verdade. Porque me dececionei, porque se dececionaram comigo, porque a distância ou o corre-corre diário se interpuseram, porque houve mal entendidos ou simplesmente porque crescemos em direções diferentes. Ainda assim, sei quem são os que estão perto do coração, os que me cuidam e a quem cuido, os que me dão ombro, ouvido, sorrisos, com quem partilho alegrias e tristezas; a quem conto os meus pensamentos e emoções mais pessoais. E os que não passam de conhecidos ou colegas e que jamais chegarão a outro patamar na minha vida. 
Os meus amigos, os de A maiúsculo, apoiam-me em qualquer situação, ajudam-me a curar as feridas, dão opiniões sinceras mas não julgam, dão conselhos quando lhos peço porém sabem calar se necessário e aceitar as minhas opções (sejam elas corretas ou não). Chegaram à minha vida há anos ou há meses, é indiferente, mas têm todos em comum a minha admiração, o meu respeito, a minha atenção e o meu apoio.

Se aqueles a quem chamamos amigos não fazem mais do que empurrar-nos para o fundo do poço e fazer-nos chorar, se calhar deveríamos repensar o conceito e tratar de escolher melhor a quem querer.

É por isso que dedico este post a todos eles (sem nomes porque sabem quem são) mas principalmente - se me permitem os restantes - à menina com quem partilho este cantinho da blogosfera, única entre vários, e que hoje cumpriu um aninho mais. Parabéns Jess!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Grito vermelho num campo qualquer

Ao sentir a invasão, ao ver que nos devassaram a vida (não apenas a privada, mas também a íntima, a que deve ser apenas de dois), não nos fazem somente sentir mal pela exposição "pública" de sentimentos e emoções vividos, cortam-nos as asas, tolhem-nos a imaginação, fazem-nos sentir menos livres. 

Não quero mais! Não admito mais! 

Preciso de continuar a sentir-me cómoda e confortável neste cantinho da blogosfera portuguesa, onde há já sete anos e meio comecei a superar medos, a desbravar novos territórios, a conseguir fazer catarse e relativizar distâncias. 

Acabou-se o silêncio a que me submeti para parar com os abusos, decidi voltar a casa e voltei para ficar

(Permitam-me um pedido, já que decidiram ler-me neste pedido/exigência de respeito pela minha liberdade individual como autora de pequenos posts desinteressantes: se o comentário que estão a pensar fazer é desagradável ou de algum modo insultuoso não o façam porque penso apagá-lo uma, duas, três, quantas vezes forem necessárias. As rédeas da minha vida real e ficcional sempre foram e continuarão a ser usadas por mim, por ninguém mais.)