sábado, 28 de fevereiro de 2009

Orelhas ou Um presente para as leitoras


No sábado à noite passámos muito tempo a falar de ti e apercebi-me que tenho saudades: do teu sorriso, da simplicidade, de como tudo parece fácil ao teu lado. Como diz a canção:
Da próxima vez não vás sem deixar destino ou direcção...

(vídeo dedicado à Le.: é tão bom ter-te conhecido!)

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

suave vingança

Pronominalizei-te mil vezes (em 1ª, 2ª e 3ª pessoa), fiz-te singular e plural, mas jamais te dei forma e nunca me atrevi a pôr-te um nome. Fomos protagonistas de sonhos, pesadelos, ficções (concretizadas e não), de um sem-número de vidas que não sendo nossas, o foram. E quis-te em todas as formas que te não dei, e senti-te na presença e na ausência.

Aprisionei-te em palavras porque sou contra grilhões mas, incoerentemente, preciso de te ter comigo. Serás tu e tantos outros, já que ao não te nomear não dou certezas, ainda que espere (em silêncio) que saibas que és sempre tu. E aqui és meu, quer o sejas ou não na realidade.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

When He closes a door, somewhere... *

Quando o deserto se instalou, abriram-se uma série de abraços para me acolher.

* Dizia a Julie Andrews no filme que mais vezes vi na vida.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

No "país" do Carnaval

Agora que vivo (durante a semana) numa vila em que o Entrudo é a festa principal, vou tirar a máscara que ponho ao passar a fronteira e ser feliz por mais uns dias.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

I wish...

Quando se vê tv até tarde, às vezes, encontram-se pérolas.
No meu ano sabático "descobri" e "voltei" frequentemente a Stuckeyville. As apostas de 10 dólares, as piadas sem punch line, as trapalhadas e os sorrisos, as vidas descomplicadas de uma série de pessoas que já são (quase) da família, tornaram-se num hábito delicioso.
Foi impossível não ficar derretida com o olhar azul profundo do Ed (Tom Cavanagh) e com todas as tentativas de mudar o mundo e de amolecer o coração teimoso e mal direccionado de uma certa professora de Inglês. Estrelas que se alinham, cavaleiros andantes, videos pirosos convencem qualquer céptico empedernido. E no fim, todas queremos ser a Carol Vessey (Julie Bowen) - nome e apelido, porque parece ter outra música quando se diz inteiro -, todas queremos um homem que não desiste ante qualquer desafio.

Tom Cavanagh e Julie Bowen

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Oásis

Durante muito tempo pensei-te estrela polar, iluminavas-me o caminho e oferecias-me a segurança de ser guiada. À distância que a desilusão impõe, vejo que não foste mais do que uma miragem no deserto dos meus anos mais nocturnos.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

I'm a pirate and I like it

Johnny Depp
Or should I say Jack Sparrow?
(Because some fictional characters get to have a life of their own)

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Missed a thing (and didn't want to)

Porque hoje ainda é ontem (hoje só deixa de ser ontem quando durmo) dei por mim a pensar que esta é a primeira vez desde há muito tempo que não nos vemos neste dia. Não que haja uma qualquer razão para que nos encontremos em determinadas datas, mas porque acontecia (ou faziamos porque acontecesse).
Hoje não.
Hoje não te procurei, nem na rua, nem nos lugares do costume, nem em mim. E senti-me bem.
Foi só a meio da noite que te notei a ausência, e todos repararam que eu tinha "desaparecido". Refugiei-me outra vez nos teus braços, senti-te o cheiro, ouvi-te sussurrar baixinho uma frase sem importância que para mim significou o mundo.
Mas a nossa canção não tocou hoje, também pela primeira vez. E não me doeu que não estivesses, só me senti, por momentos, mais vazia.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Days...


Quando pensamos que já nada nos pode surpreender há um qualquer pequeno/grande detalhe que nos deixa sem ar. E, convenhamos, é por determinados momentos de apneia que vale a pena continuar por cá.

Let's put it in a bubble *

No meu mundo só há uma situação em que é apropriado usar um fato de treino: enquanto se está a fazer desporto. Proponho que se institua a barreira dos 30 minutos (antes e depois), isto para não me chamarem ditadora, já que - para mim - quaisquer 5 minutos a mais com o inominável fatinho são sempre um exagero.
Agora, por favor, ir para o trabalho em calças de fato de treino não é aceitável se não se for o Nelson Évora, o Cristiano Ronaldo ou professor de Educação Física.
* como diria a Dharma

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Life altering poem - part 2

Teia

Se da baba o insecto faz a teia,
se com choro porém não sei prender-te,
do céu, que era de cinza, direi verde,
e da terra e das lágrimas areia.

E da forma direi que foi ideia,
para que à noite o corpo não desperte.
Do perdido direi que não se perde
se ao menos nestes versos se encendeia.

Do cabelo, se louro, direi preto;
do amor que sofri direi soneto,
ante a luz tão corpórea que o invade...

Nas redes da ficção ficarás presa
e acordarás, mais tarde, na surpresa
de ser outra por toda a eternidade.


David Mourão-Ferreira

Life altering poem

Pensar na FLUL é lembrar-me de amigos, é ter saudades, é ver que mudei, é saber que não há volta. Custa-me entrar no atrio e não conhecer ninguém naquela que foi a minha casa durante 6 anos. Mas pensar na FLUL é, também, recordar momentos marcantes, discussões acesas, aberturas de horizontes e aprendizagens para a vida.
Entre todas as situações que se me tatuaram na memória há uma, em especial, que continua a roubar-me sorrisos, talvez por ter vindo em forma de desafio (insuperável, achava eu), talvez porque eram as palavras de David Mourão-Ferreira, talvez porque tive que crescer em duas horas.
Chorei, entrei em pânico, gritei que não conseguia; pedi ajuda, meti o medo numa gaveta, enchi o peito de ar e, a tremer, fiz o que tinha que ser feito.
Não era a mesma quando saí daquela sala, era mais adulta, mais segura, mais humilde.
Continuo a guardar o soneto junto a mim, para quando o desânimo se atreve a espreitar.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Vício bom


Não sei se estou numa fase romântica, se me apetecesse rir do romantismo. Sei, isso sim, que não consigo ver só um episódio por dia.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

It's meeting the man of my dreams (...) *

Há frases que só têm piada na adolescência.
* Ironic, Alanis Morissette

There's an elephant in the room

Não sabia bem em que momento se tornara uma pedra no sapato e ainda que se dissesse (primeiro) que era uma situação passageira, (segundo) que ia ignorar, (finalmente) que já não doía, não se conseguia enganar nos momentos de reflexão.
Magoava.
E magoava muito.
Contudo, a ferida mais profunda tinha sido causada pela falta da sinceridade e não por a terem feito sentir-se descartável.
Porque trabalhar e ser uma boa menina tem as suas recompensas.


Relembro a nossa perfeição, de quando ainda não estava perdida noutros mundos, e sinto-te a falta. Já não te vejo em cada recanto da minha vida, tento não te procurar a cada passo, mas (quase) todos os dias és o senhor do meu último pensamento.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Tropeçar não é cair

Passei meses a recompor-me do último salto involuntário. É sempre mais difícil recuperar o equilíbrio quando somos empurrados sem esperar. E quando finalmente os pés já não oscilavam em terra firme, um pedaço de chão desaparece debaixo de mim. Onde é que me agarro para conseguir que estas mãos me segurem de forma inabalável?

There are places I remember all my life*

Lisboa. Aquela semana de dias alucinantes e noites descontraídas só podia deixar saudades. Da (des)organização atípica, do stress diário, das gaffes tontas, das gargalhadas sinceras, dos jantares ruidosos, dos passeios frios pelo escuro. A despedida fez-se sentindo já a falta de quem esteve e de quem não volta a estar. Deixámos entre nós convites para um regresso e promessas de viagens em 2010. E vontade de viver a mesma noite ad eternum.
*The Beatles