segunda-feira, 28 de abril de 2014

April is (still) the cruelest month

O abril da liberdade ainda não se recompôs do choque da tua perda e a memória evoca-te a dançar à inesperada chuva de um verão abrasador, com mais ou menos doze anos. Fecho os olhos e relembro tudo, os bons e (também) os maus momentos: as brincadeiras, as perdas (tuas e minhas), as brigas e os sonhos que cumprimos juntas (a Whitney em Alvalade será para sempre).
O mundo era mais fácil - apesar da distância e do silêncio - quando ainda estavas nele. Não sei se pela força, pela dureza, pela segurança que inspiravas, ou se "apenas" porque tinhas o abraço mais sincero e generoso. 
Sei que do que mais saudades vou sentir é da tua voz, porque sabes, amiga de sempre, nunca mais um dueto vai ter o mesmo sabor, já que só contigo não era preciso ensaiar.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Paved heart

Pudesse eu mudar de ideias e não serias tu o dono e senhor dos meus pensamentos, das minhas vontades e intenções. Ambos sabemos que é assim que me tentas vencer. Pudesse eu trocar de coração de verdade e encontraria um que não cedesse aos teus modos suaves, à forma doce com que te aproximas, aos teus gestos e palavras cuidados. Ambos sabemos que é com essa suavidade e doçura que me vais tentar envenenar. Foi por isso que o mandei cimentar. Se arrancar-te de mim não resultou, se não há coração que me possa valer, o melhor é tornar o meu impermeável a ti.