51 Kgs (1 para perder, se puder ser 1,5 melhor); nº de minutos de ginástica: 20 (nada mal); vontade de sair de casa: nenhuma (mauzito); minutos passados a sonhar acordada: demasiados para admitir aqui; páginas lidas: 30 (poucas para o que é normal); gargalhadas: incontáveis; estado do livro: fechado, chegou ao fim (não é bom, li demasiado depressa); influência da última leitura em "eu": muita, como se pode notar.
É. Acabei o segundo volume do Diário de Bridget Jones. E dei por mim a pensar (tenham medo, muito medo) que a Bridget é uma personagem particularmente fascinante.
A Bridget é - tal como era a Ally McBeal até fazerem da série uma telenovela insuportável e a passarem a uma hora impossível para qualquer pessoa com uma ocupação - a materialização dos medos de qualquer mulher do século XXI. A diferença é que na Ally ainda podia haver quem lhe invejasse o físico (todos eram bonitos naquela série ou era só impressão minha?) e na Bridget não invejamos nada. Ela faz-nos rir. Aquele riso catarticamente saudável de pensar "isto podia ter-me acontecido, ainda bem que não sou tão tonta (nem tão gorda, nem tão inculta, nem tão inconsciente)". Claro que a Helen Fielding exagerou as situações, mas quem de nós não teme ter 30 (e alguns anos) e estar sozinha? Quem não passou já pelas perguntas incómodas de familiares e "amigos" inconvenientes acerca de futuros enlaces? Quem é que não teme ser incompetente no que quer que escolha fazer profissionalmente? Qual de nós não se deixou já influenciar pelas opiniões alheias e depois se arrependeu amargamente? Quem ainda não pensou perder aquele quilinho em excesso? Quem é que não sonha encontrar o seu Mr. Darcy?
A Bridget faz bem ao ego de qualquer mulher porque é uma amálgama de tudo o que tememos, umas numas áreas, outras noutras, e esse equilíbrio de poder rir do que não nos assusta ajuda-nos a superar aquilo que nos amedronta.
E, que diabos, se ela conseguiu um homem daqueles, porque não eu (nós, nós... eu não queria particularizar)?