sexta-feira, 29 de abril de 2005

Mais um elo na cadeia literária

Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?
m: Apesar de não saber o que é o Fahrenheit esse, se pudesse ser um livro gostava de ser o Alta Fidelidade do Nick Hornby, pelo sentido de humor e a fluência da escrita. Mas pensando bem, qualquer um com um final feliz, sou uma romântica incurável e pirosa.

J: Também não sei que coisa é essa do Fahrenheit 451 (há por aí alguma alminha iluminada que me explique?), mas gostava de ser A Ilustre Casa de Ramires do Eça de Queiroz. Além da sátira política absolutamente actual e do sentido de humor, fascina-me o percurso da personagem principal, que vagueia entre o direito, a política e a escrita, e se esconde entre a falta de coragem, a falta de talento e a falta de escrúpulos, para no fim se afirmar exactamente o contrário daquilo que esperávamos.

Já alguma vez ficaste apanhadinha por uma personagem de ficção?
m: Claro que sim. O Athos, o incontornável João da Ega e os Darcy (Fitzwilliam e Mark).

J: Não resistiria ao meu Gonçalo Mendes Ramires se ele existisse de verdade. Continuo tão apaixonada por ele como no primeiro dia em que peguei n'A Ilustre Casa de Ramires, já lá vão alguns anos.

Qual foi o último livro que compraste?
m: Já foi há tanto tempo, acho que foram livros de exercícios de Português para as minhas aulas e o Código Da Vinci para o meu pai. Porque eu agora não compro, assalto a biblioteca da Jess.

J: Comprei o Anjos e Demónios do Dan Brown para a minha Mãe e o Saturday do Ian McEwan para mim.

Qual foi o último livro que leste?
m: Bridget Jones The Edge of Reason de Helen Fielding.

J: Anjos e Demónios, precisamente, emprestado pela minha mãe, que por sinal gostou muito. Eu não gostei tanto quanto ela e ainda por cima descobri rapidamente quem era o mau da fita.

Que livro estás a ler?
m: Como se pode ver na barra lateral, a Obra Poética do David Mourão-Ferreira. A ler bem devagarinho para saborear ao máximo.

J: Saturday do Ian McEwan. Já era tempo de voltar a um dos meus escritores preferidos.

Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?
m: Levava o meu Principezinho, Os Maias (que gosto sempre de reler), O Amor em Tempos de Cólera de García Márquez, o Mais Que Perfeito da Clara Pinto Correia e as Obras Completas do Oscar Wilde (que eu tenho num só livro por isso não me digam que não conta).

J: Em vez de cinco livros, não podia ser cinco autores? É que esta história da ilha deserta parece-me que é coisa para durar algum tempo até que consigamos fugir ou ser salvos ou whatever (estou a lembrar-me do pobre do Tom Hanks). Por isso levava as obras completas do Eça, do Lobo Antunes, do Jorge de Sena, do Nick Hornby e do Ian McEwan. Acho que tinha com que me entreter durante uns tempos.

A quem vais passar este testemunho (3) e porquê?
m & J: Aos Marretas, ao Lourenço e à Inês, se vos apetecer. Porque sim.