quinta-feira, 12 de maio de 2005

O amor será assim?

Conheço-a há vinte anos, uma daquelas amizades que, ainda que tenhamos crescido, continua com o mesmo grau de pureza e ingenuidade típicos de quem tem seis anos. Ela tinha a avó ideal (como todas as avós), amiga e cúmplice, pronta para as nossas aventuras entre sorrisos e resmunguices. Até que há dois anos o avô morreu. As alegrias e as cumplicidades foram-se perdendo, apesar de todos os esforços para que a avó estivesse bem. Continuo a encontrá-la na rua como sempre, mas deixei de lhe ver o sorriso grande de quem tem uma família feliz. Agora, todos os dias vejo a avó mais pequenina, a desaparecer, como quem não aguenta a saudade e vai morrendo aos poucos.