Levava dias a manter os sentimentos fora dela... racionalizando... ocupando-se. Estava vazia, não havia mais do que uma ausência enorme dentro do peito. Assim conseguia ser calma e ponderada, aquilo que sabia que todos esperavam que fosse. Tinha a certeza de que quando voltasse a deixar entrar uma emoção, por muito pequena, iria doer muito - teria que reaprender a sentir. Mas esta era a sua forma de lidar com a perda, criar um deserto interior onde aparentemente nada mudasse, por muitas tempestades que o pudessem avassalar.
* Uma das expressões em castelhano de que mais gosto; aprendida recentemente, com alguém que admiro muito.