sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

Fraquinho

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Fama em versão bilingue não me convenceu. (Ou será que deveria dizer "Fáma" já que o sotaque do Porto imperava?) O facto de os diálogos serem em português e as canções em inglês não faz muito pela coesão da peça. Num musical supõe-se que a transição entre texto e música deve fluir e contribuir para a coerência da história, definitivamente não foi isso que aconteceu na versão portuguesa.

Os bailarinos estão bastante bem tanto nas coreografias como na coordenação, o mesmo não se pode dizer nem das vozes nem da representação, que são bastante frágeis. Acredito que a alma de Leroy Johnson (aqui Tyrone Jackson) - claro que Gene Anthony Ray pôs a fasquia muito alta - e a perfeição de Lydia Grant (aqui Mrs. Bell) - encarnada pela maravilhosa Debbie Allen - mereciam muito mais. Para além disto, a Coco (Carmen Diaz) não tinha medo algum de dançar sobre um carro, o professor de música - o saudoso Mr. Shorofsky - não fazia um "frete" a ver os espectáculos dos alunos,... e podia continuar.

Houve excepções, por exemplo a voz límpida da actriz que fazia de Serena Katz (Doris - a minha personagem favorita no original) fazendo por esquecer uma "pequena" desafinação, a convicção do actor que encarnava Schlomo, e a Inês Soares (que interpretava Mabel), a única que com uma colocação de voz perfeita nunca se esqueceu que estava em palco e fazia parte de um espectáculo.

Parece-me que há ainda uma questão a ressaltar. Não sei se foi propositado mas a maioria dos espectadores foi ao engano ver este espectáculo. Nos anúncios que foram feitos até à semana da estreia, nunca foi referido que seria uma adaptação portuguesa. Não sei se teriamos ido na mesma, mas a verdade é que ao se anunciar um espectáculo no Pavilhão Atlântico o público espera uma versão internacional - como aconteceu com Mamma Mia, Cats ou Miss Saigon - e o que nos foi apresentado foi uma versão rudimentar, que mais parecia a peça de fim de ano de uma escola secundária americana, daquelas que vemos nos filmes.

3 comentários:

Jessica disse...

...inho...

Continuo a afirmar que até o Zé Milho dos DZRT dança melhor do que aquela amostra de bailarino chamado Tyrone. E ainda por cima, com tantos gajos do Norte, nem sequer disseram a minha palavra preferida com sotaque portuense. ´Tá mal, pá. Sempre tinha atenuado um bocadinho a desilusão.

mafaldinha disse...

É verdade jess, o "ceguinho" dança bem melhor do que o "Tairoune", mas a verdade é que lhe faltava um bocado de bronze para o papel. ;)

Anónimo disse...

Eu amei o Fame!

Fui ver hoje a Vila Nova de Gaia e estava espectacular ;D


Fame! I want to live forever...

Tyrone «3