segunda-feira, 21 de agosto de 2006

1073

A estrada é longa e parece que não percorri sequer metade do caminho. Parecem infinitos, os minutos. Passam um por um, mas parecem sempre o mesmo. Sem ti o tempo pára. Todo o resto do mundo continua a viver, livre de minutos e horas. Só eu fiquei prisioneira do tempo. O relógio só anda quando estás aqui, mas anda sempre muito depressa, tal é a ânsia quando te tenho perto. Depois vais embora e os ponteiros param novamente à tua espera, para poderem devolver-me a vida quando regressas. Vou percorrendo o caminho que me separa de ti. Já perdi a conta dos minutos que nos afastam. Prefiro lembrar as boas memórias que me deixas do que contar sempre os mesmos sessenta segundos. Paraste o relógio e eu parei nesta estrada. Estou longe de mais para voltar atrás e longe de mais para conseguir chegar a casa.

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