domingo, 12 de novembro de 2006

Ética linguística

A escrita sempre foi um pesadelo, na escola só havia uma coisa pior do que me pedirem para ler em voz alta, era fazer composições. O pânico da folha em branco, fosse com destino a ficção ou a um simples trabalho teórico, tomava conta de mim. Nunca consegui transmitir por palavras (escritas) aquilo que penso ou sinto, fico sempre aquém. Apesar de na faculdade tal tarefa se ter tornado mecânica, isso não a tornava nem mais fácil, nem menos sofrida.
Por brincadeira descobri que até não desgosto de escrever, o que me custa é escrever em Português. Suponho que amor enorme que tenho pela Língua Portuguesa, e pelos seus virtuosos, é o que me faz sentir sempre descontente com o aquilo que tento produzir.
Desde que comecei a "maltratar" a Língua de outros, e não a minha, sinto-me bastante mais realizada.

5 comentários:

Anónimo disse...

Bolas, Mafaldinha! Quem lê os teus comentários no blog vai ter dificuldade em digerir este post!
Eu cá não concordo muito com o que dizes, mas enfim, realmente não estou na tua cabeça nem na ponta da tua caneta para avaliar a situação.
De qualquer forma ainda me lembro de poemas que escrevias em inglês, nos tempos de liceu.
Como anda essa literatura agora?

mafaldinha disse...

Uiiii isso era medonho, rapariga, tu é que já não te lembras bem. A poesia é algo intocável, tu sim fazias coisas muito boas.

Em relação ao resto do que dizes, agradeço o elogio, mas é uma reflexão puramente pessoal (como a maioria aqui), sinto-me mais à vontade noutras Línguas, não sei se por não estar a "torturar" a minha (que tanto prezo) se por não ter tanta capacidade crítica.

Anónimo disse...

Lá nisso tens razão, às vezes é bastante bom tortura uma outra língua que não a nossa.... (eheheheheh)

mafaldinha disse...

Essa mentezinha... eu até escrevi com letra grande por causa do trocadilho, mas nem isso te impediu. Até te consigo imaginar a rir

mafaldinha disse...

Muito obrigada pelo elogio, caríssima, sinto-me verdadeiramente lisongeada, mas sabes que lendo a tua dissertação acredito que funcione com alguns, eu sempre fui das que não conseguia juntar duas palavras. Ainda que com uma enorme pena, por isso admiro tanto quem o faz com arte.

Beijinhos