sábado, 12 de julho de 2008

Mirror, mirror on the wall

Falámos ontem há noite, como há muito tempo não o faziamos. Um dia fomos antagónicas, mais tarde chegámos a ser amigas, hoje não sei bem. Sei que há coisas que apenas nos confessamos uma à outra e isso parece-me normal, apesar da distância.
Contou-me que se sente perdida, que à beira dos 30 não lhe parece ter feito nada na vida: não tem estabilidade nem no emprego nem no coração, acha-se uma adolescente fora de tempo; foge às típicas perguntas do "o que tens feito?" porque já não sabe o que dizer. Disse que todas as tentativas que faz acabam por a frustrar e que só lhe apetece baixar os braços e abandonar a luta: submeter-se à maré e deixar-se levar.
Não soube muito bem o que dizer, costumo ouvir e tentar que as pessoas encontrem o seu caminho sozinhas - que é o que normalmente acontece - mas ela esperava uma resposta e eu não tinha o que oferecer.

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