Pronominalizei-te mil vezes (em 1ª, 2ª e 3ª pessoa), fiz-te singular e plural, mas jamais te dei forma e nunca me atrevi a pôr-te um nome. Fomos protagonistas de sonhos, pesadelos, ficções (concretizadas e não), de um sem-número de vidas que não sendo nossas, o foram. E quis-te em todas as formas que te não dei, e senti-te na presença e na ausência.
Aprisionei-te em palavras porque sou contra grilhões mas, incoerentemente, preciso de te ter comigo. Serás tu e tantos outros, já que ao não te nomear não dou certezas, ainda que espere (em silêncio) que saibas que és sempre tu. E aqui és meu, quer o sejas ou não na realidade.
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