Dá passinhos de bebé por um caminho de adultos, tropeçando aqui, recuando ali, avançando pouco para o que a idade lhe exige. Não se sabe se é medo de se magoar, se é falta de interesse na rota que encetou, talvez seja um crónico e infantil dispersar da capacidade de concentração que não lhe permite manter a meta clara e atingi-la decididamente.
A maioridade não o amadureceu, as mudanças de vida pareciam tê-lo feito - em atitudes, em reacções - mas é nos momentos mais íntimos que se revela verde no que às relações pessoais diz respeito. Gosta ainda que lhe prestem uma atenção desmedida, mesmo que para isso tenha que ser o bobo de serviço; não entende que rirem-se de nós não é incluir-nos. Precisa de agradar sempre, fazendo vénias indevidas, ambicionando ubiquidades, optando por pressão para não ter que assumir escolhas.
Vejo-o agora distante (ainda que os quilómetros não tenham mudado) e esforço-me para recordar se o que nos uniu foi real, se o que senti teve nexo, se o que vivi foi vida. Dou por mim a aplicar o pretérito a uma etapa que, até ontem, sentia tão presente.
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