O som dos ponteiros de relógio tomava conta do quarto vazio… tic-tac… tic-tac… movendo-se numa dança repetitiva e constante… tic-tac… tic-tac… e a cada minuto que passava, com o silêncio como aliado, dizia mais alto… Tic-Tac… Tic-Tac… O cérebro aturdido não conseguia ouvir mais do que aquele som … TiC-TaC… TiC-TaC… ameaçador… TiC-TaC… TiC-TaC… Cada vez que se permitia o devaneio de pensar, a mesma frase e a mesma imagem… TiC-TAC… TiC-TAC… nada as unia no mundo, mas naquela cabeça à procura de uma âncora, “fizemos-te o favor de fingir que serves” e o corpo que perdera pegado ao seu uma última vez, eram duas faces da mesma moeda: o falhanço, a perda, o isolamento.
E ele gritava-lhe para sublinhar a solidão: TIC-TAC! TIC-TAC!
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