É, provavelmente, a canção que mais vezes citei ao longo deste 2010, relegando para um (honroso) segundo plano o Don't rain on my parade (símbolo de revolta, luta e da força que tantas vezes pedi para mim mesma). Mas esta é suave, é doce, vai-se-nos enredando na pele até se nos meter pelas veias e nos percorrer todo o corpo com um arrepio bom e apaziguador. Citei-a para alguém que precisou, ofereceram-ma de volta quando a viram como um imperativo.
No entanto, ela faz parte da minha vida há muito tempo, estava algures guardada na minha memória, talvez à espera de ser necessária. Ouvi-a pela primeira vez (e muitas vezes) como a banda sonora do fecho do Jerry Lewis Show que eu não perdia enquanto almoçava sozinha aos 11 ou 12 anos. E aquele homem com que os meus pais me ensinaram a rir, fazia-me emocionar cada vez que a cantava. O que eu não sabia é que havia um autor por trás daquela canção e uma explicação, em jeito de vénia, para um dos grandes humoristas americanos (digam os próprios o que quiserem, há poucos filmes como A Cinderela dos Pés Grandes) terminar um programa semanal de televisão a cantar uma canção melancólica sobre sorrisos e não sobre as gargalhadas que lhe alimentaram a carreira.
E com a interpretação da menina que fez sorrir a tantos enquanto se lhe via a tristeza nos olhos e na voz magoada, ofereço-vos um sorriso, provavelmente porque foi esse o tesouro que procurei durante esta ausência prolongada.
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