Às 8h de há um mês a vida começou a acabar. Acreditei, sonhei, pensei que as decisões têm volta quando se ama, e pela primeira vez durante uma vida tive fé no sentimento maior. Tentei respeitar os pedidos que me fizeram ainda que os não entendesse, mas a incoerência entre as palavras e os actos alimentavam-me a esperança.
Parece que interferi quando quis respeitar, que fiz mal quando queria manter-me na sombra, a criar ilusões com apenas uma ténue espectativa. Resignei-me a ser a segunda opção enquanto todos os meus me criticavam por ficar, por esperar, por não querer abandonar tanta felicidade que tinha sentido, por não cortar radicalmente.
Nunca desejei roubar a luz a quem me iluminou a vida, somente ansiei poder continuar a sonhar, em silêncio. Vi portas abertas em rachas na madeira por tanto ambicionar fazer-te feliz. Não sabia que não me estavas a acolher de novo pois tive fé pela primeira vez depois de tantos anos de deserto ateu.
Quero que sejas feliz e tinhas-me repetido tantas vezes que eras feliz comigo que não podia não lutar, não esperar, não podia desistir. E não lutei, só esperei.
Sei agora que não me abrias os braços quando te aproximavas e que errei na leitura das tuas acções, prometo que não fiz por querer fazer mal. Sabes perfeitamente que não sou assim. Manter-me-ei afastada, a tentar lidar com este sofrimento e esta sensação de vazio que me atormenta desde que te foste, pois sei que se me culpas é porque, muito provavelmente, já não me queres.
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