domingo, 10 de abril de 2011

Hiraeth


Sinto a tua falta nas pequenas coisas. Na voz de manhã cedo ainda endorminhada. No copo de água que bebes nada mais acordar. Nos caracóis ora perfeitos, ora selvagens. No sorriso franco e doce. No ter alguém com quem partilhar esperanças e medos, expectativas e fragilidades. Nos planos que quase não fizemos. Nas viagens que não se cumpriram e nas memórias das reais. No teu cheiro que às vezes ainda encontro. No carinho. Nas sensações de olhos fechados para que fossem intensificadas. No coração puro e generoso. Nas palavras únicas e repetidas em que acreditei com toda a fé que ainda me restava. Em tudo o que não te disse e queria contar agora, que já não posso. Nas refeições. Nas carícias. Na cumplicidade, nas lágrimas e nos picos de felicidade. Nos passeios. Nas fotografias. Nas flores. Na música que rejeito porque toda ela grita o teu nome. Nas perguntas de todos quando não estás. No teu toque ainda pousado na minha pele. Na vontade de ser melhor por e para ti.

Em tudo isto e em muito mais.

Sinto a tua falta em cada recanto do meu corpo e do meu mundo e dói tanto saber que não irás voltar.

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