Com nome de grande campeã - Martina - foi número 1 do mundo pela primeira vez aos 16 anos e dava gozo vê-la jogar.
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Martina Hingis jogava ténis como quem joga xadrez, sabia todas as regras, tinha um conhecimento profundo da sua arte, havia sempre um plano B (e C e D e E) para quando o jogo normal não funcionava. Nutria um profundo amor pela profissão que escolhera e divertia-se a disputar cada jogo. Faltou-lhe ganhar Roland Garros e aos 19 anos na última final que disputou naquele court central parecia estar a adivinhar que não voltaria. A visão do seu "tabuleiro" de jogo fazia com que cada linha fosse um aliado, cada saque o ínicio de um momento único, cada jogada um regojizo para o espectador.
Tinha demasiado carácter? Sim, decididamente. Mas era uma mulher (ou menina) decidida, sabia o que queria e era difícil admitir que o não pudesse atingir, à primeira. Tenho muita pena de nunca a ter podido ver jogar ao vivo, ainda não perdi a esperança do regresso como "velha guarda" dentro de alguns anos.
É que mais do que qualquer outra coisa nela, era impressionante como jogava com o cérebro e podiamos ver-lhe na cara o desenhar da nova estratégia perante a adversidade.