Hoje acordei cedo e pus-me a ver o programa infantil que estava a dar na 2:
Estavam a jogar à forca com uma série de miúdos com cara de chateados que olharam para o prémio com desdém, e era um livro do Asterix, daqueles de capa dura que eu adorava em criança. Logo a seguir começou uma série portuguesa onde um conterrâneo meu veste a pele de um sábio mocho para contar, através de uma contracena com um actor português conhecido, a vida de uma figura histórica (hoje era o Rob Roy). E dei por mim a pensar, que miúdo é que verá isto? Respondo eu: nenhuma! As crianças querem cenas de acção com bonecos horrorosos e mal educados (tipo Shin-Shen) e de preferência que tenham um modelito de plástico a pilhas que lhes ofereçam e eles possam ver brincar no próximo Natal.
Quando eu era pequenina os Desenhos Animados eram sagrados. Chegavamos a acordar 1 hora mais cedo aos sábado e domingos de manhã para ouvir as canções que davam enquanto estava no ar a mira técnica.
E depois vinha a magia: Tom Sawyer, Candy Candy, os Póneis, os Marretas, o Professor Faísca, o Bana & a Flapi, os Fraggle Rock, o Misha, o Dartacão, e tantos e tantos outros.
Não acredito que nenhuma criança neste momento se desse ao trabalho de aprender "Tu andas sempre descalço, Tom Sawyer..."
Ou para os mais antigos uma cançãozinha que era assim:
"Olha o Céu lá no fundo do chapéu,
Olha o Sol e a Lua a namorar,
Olha o Céu lá no fundo do chapéu
Onde tu e eu vamos chegar...
Olha o Céu lá no fundo do chapéu
Onde tu e eu vamos chegar."