Há dias em que dá jeito ter por perto uma pessoa observadora.
Disseram-me hoje (como já me tinha sido repetido até à exaustão por outros que nunca nos viram juntos) que ao teu lado fico segura, tranquila e o meu corpo te diz "estou disponível, mas não sei se quero que te aproximes". Ou seja, o meu corpo é um mentiroso! Eu que nunca soube mentir descubro aos 25 anos que o corpo me trai quando te tenho na frente. Também me disseram que ficas nervoso quando me vês e que quando dizes piadas (e me gozas) estás a defender-te para que eu não me aperceba do teu nervosismo.
Sei lá se é isso. Eu até acho que tu não sentes nada por mim e que eu sou tremendamente óbvia contigo.
A única coisa que sei é que me dá pena ficar tão intranquila que acabo por gelar e aparento calma cada vez que te vejo. Sempre me habituei a esconder a minha insegurança por detrás de um muro de força, e nunca me senti tão frágil como agora.
A minha fragilidade engana-te, o teu sentido de humor não me dá certezas, e continuamos neste impasse: eu sem saber como mostrar-me, tu sem quereres que eu saiba (seja lá o que for que devo saber).