terça-feira, 11 de janeiro de 2005

Confidências

Sempre corei com a maior facilidade. Desde criança que me lembro de me sentir envergonhada pela mais pequena coisa. Um comentário simpático bastava para querer esconder a cara e para que ela se mostrasse de um vermelho tão vivo capaz de queimar. Hoje pouco mudou. Tornei-me consciente de que costumo corar cada vez que alguém descobre qualquer coisa sobre mim que tento esconder, o que, bem vistas as coisas, se passa quase sempre. Continuo a sentir o rosto quente, o vermelho a crescer e viro a cara na esperança de passar despercebida. Mas se algum dia me vires corada, não penses que acabaste de descobrir os meus segredos. É apenas medo que os descubras de facto.