Eram amigos há muito quando deslizaram pela primeira vez, chamaram-lhe excesso de carinho, tentaram não dar demasiada importância à situação. Houve uma segunda e uma terceira derrapagens. Prometiam-se sempre que não voltaria a acontecer mas eram incapazes de resistir ao chamamento da pele. Racionalizaram tudo, afastaram os sentimentos, viviam bem com a situação de se terem quando lhes apetecia.
Até que ele caiu no erro de se apaixonar, mesmo sabendo que o coração dela era de outro. Um dia escorregou sozinho ao conjugar o verbo proibido. Ela acabou os encontros fortuitos: não podia retribuir, não o queria enganar. Confessou: preferia tê-la assim a não a ter, sentiu-se enganada. Vendo que a perderia, foi-se insinuando, adentrando-se na mente dela - sabia pô-la louca. Andava confusa, decidira esquecer quem não a queria mas não gostava de fazer substituições.
Atirou-se para a piscina, aceitou o desafio, sem expectativas nem esperanças, com entrega e a certeza de que de todas as vezes que havia estado com ele, nunca tinha imaginado a cara de outro.
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