terça-feira, 9 de outubro de 2007

Imprevistos

Separava-os uma vida e muitos anos, e também uma relação guardada no fundo de uma gaveta que preferiam não abrir. Evitavam-se frequentemente, condicionando, assim, as suas próprias vidas, sem serem capazes de entender que ainda que longe da vista, uma ausência provocada só os juntava um pouco mais. Não se verem era a opção menos dolorosa, não queriam "recair" em erros passados...
Quando deixaram de se preocupar com a presença do outro, assim que a segurança se instalou e deixaram de se precaver, viram-se confinados ao mesmo espaço. Sair não era opção, todos os que os rodeavam sopunham que se haviam superado. O que fazer?
Ao fim de vários minutos de incomodidade, ela encheu o peito de ar, atravessou a sala, tocou-lhe ao de leve no ombro (sempre tinha sido a mais corajosa dos dois):
- Olá. Como estás?
E nunca ninguém soube como lhe tremiam as pernas, como se sentia a suar frio, como um só sopro a teria derrubado.

3 comentários:

Ati disse...

El valor de simplemente ser una mujer.

mafaldinha disse...

Tu crees? A lo mejor solo le han entrado ganas de no tener que irse porque él está.

Ati disse...

Pues yo creo que simplemente lo llevamos escrito en los genes. Al final el valor y la gallardia a ellos se les supone por el hecho de ser lo que son (¿hombres?) mientras que nosotras, en teoria débiles y plañideras, somos quienes afrontamos las situaciones cara a cara.