sexta-feira, 30 de abril de 2010

Érase una vez

uma menina pequenina de enormes olhos com os quais abarcava o mundo real e sonhado. Através deles transmitia alma, emoção e força, com eles apaixonava os astros, os planetas e todos aqueles com quem se cruzava.
Cumpre hoje mais uma Primavera e apesar de saber que ela entende que eu não possa estar, não consigo não ter vontade de mandar o universo passear e ficar a dar-lhe todos os mimos que merece.


This one is for you, kid!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

7th Heaven

O passado açoita, magoa, mói, porém é vida, tem raízes, faz falta à alma para que se possa encontrar.

E um dia o presente e o futuro convergem num mesmo espaço tendo-nos como único motor. Não há colisão de estrelas nem há catástrofes naturais, apenas uma sensação de plenitude a que se assiste de galeria com medo de a tocar, não se vá quebrar.

Aqui

Gostava de te proteger, de te dar o ânimo que outros te negavam pondo-te sempre em segundo plano. Era feliz quando me confiavas conversas únicas e irrepetíveis, quando decidias abrir o coração para só me deixares entrar a mim. E nunca pedi mais. Apenas que me deixes continuar a abraçar-te mentalmente já que não tenho coragem de o fazer a sério.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Peek

Finjo não ver que espreitas por detrás da janela, pelo buraco da fechadura, pelos olhos de outros. Gosto de te sentir aí, a investigar-me os movimentos, a (com pezinhos de lã) reintroduzires-te na minha vida, fazendo um esforço por recuperar a atenção que perdeste.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Book of Revelations

As pequenas epifanias domésticas são tão (ou mais) raras do que as outras, mas não há jornais que delas falem nem livros que sobre elas se escrevam. Numa introspecção guiada percebo que tenho errado quando pensava acertar: não te sentes necessário, achas que te ignoro, que não te dou valor.
Para que fique claro – preciso de ti aqui, não te demores mais!

domingo, 25 de abril de 2010

On the hook 2

Se os teus actos parassem de dizer “right now”, talvez eu te entendesse melhor as barreiras.

On the hook

E tu chegas.

E eu mudo…

quinta-feira, 22 de abril de 2010

#2

Tu beijas-me o ombro, eu reencontro-me no teu. Faço o meu ninho no espaço que te vai do peito ao cotovelo, fechando os olhos para que os outros sentidos se apurem no teu toque. A tua boca trilha o caminho, que tão bem conhece, até ao ponto abaixo da minha orelha e esperas, obrigando-me a pedir-te sem palavras que prossigas na rota. Hesitas sempre antes dos meus lábios e tenho de te resgatar aos pensamentos em que te perdes. Olhas-me inquisitivo no prelúdio não sabendo se te dou permissão.

Os medos e as cabeças de ambos continuam a interromper-nos a fluidez dos corpos.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Não gosto que me toquem a mão direita. Não quero perder noutras peles o toque da tua, que ainda sinto desde a última vez; naquele dia em que não me deixavas desentrelaçar os dedos.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Mercy

Não há felicidade sem obstáculos, mas será que, se não somos capazes de os ultrapassar, não somos merecedores dela? O que fazer quando se tenta resistir, quando se esgotam todos os recursos, quando os argumentos não chegam, quando a razão não é suficiente para fazer recuar o agressor? Deixamo-nos ferir, esperando a redenção, ou atacamos, correndo o risco de a ver acabar em utopia?

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Unspeakable Love

É saber acalmar o teu coração e saberes que aceleras o meu. É saber-te o meu céu e saberes que sou o teu chão. É saber-te para sempre e saberes que para nós é sempre pouco.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

“É que hoje fiz um amigo e coisa mais preciosa no mundo não há” *

As barreiras auto-impostas protegem do mal e do bem, as normas de conduta iluminam o caminho menos tortuoso, mas baixar a redoma para deixar entrar alguns é o que de melhor nos pode acontecer.

* Com um brilhozinho nos olhos, Sérgio Godinho

Primeiras vezes

Quando ainda em fase embrionária tudo tem graça, até a primeira discussão. Os primeiros ciúmes, o dizer o que não se deve, o amuo, o pensar que é o fim – e que isso seja uma tragédia.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

And Seville awaits

Didn’t kiss so don’t tell

Não sei o que dizes por aí, mas estou cansada de boatos.

Falam-me de ti a cada passo, eu olho para o lado e finjo que não me magoa; sei que me estão a avaliar, a ver com lupa como reajo, o que não faço a menor ideia é se foste tu quem os mandou – não duvido nem por um segundo que é a ti que são fiéis.

Terão sido as atitudes que tivemos, um dia, em público que os levou a crer que te pertenço? Se jamais fomos nada porque convencemos o mundo do contrário? Foste tu quem relatou o que não aconteceu?

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Broken


O copo em causa era frágil, não já era o recipiente robusto de outrora, os anos de uso tinham-lhe tornado o vidro mais quebradiço.
Depois de se partir não houve cola que lhe recuperasse a forma primeira.

domingo, 4 de abril de 2010

É urgente ir - parte 1


I too wanna wake up in the city that doesn't sleep, want to be a part of it, and it's up to me. NY, NY.

Hooked on a feeling

Conhecer-te como a mim mesma e continuares a surpreender-me com cada atitude, com cada sorriso, com cada minuto (e maldade) que me dedicas. Preciso que pares de entrar e sair da minha vida como se fosses uma miragem, contudo não sou capaz de te deixar ir porque foste demasiado importante.

sábado, 3 de abril de 2010

The A word

É difícil lutar contra frases escorreitas. Principalmente quando sabemos qual é a palavra que nos refreia a publicação (porque dela fugimos há muito), mas ela é também a única peça do puzzle que encaixa naquele sitiozinho esquinado.

Void

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Demasiada cumplicidade...

Não será o quantificador hiperbólico quando aplicado ao substantivo em questão?

O som dos ponteiros de relógio tomava conta do quarto vazio… tic-tac… tic-tac… movendo-se numa dança repetitiva e constante… tic-tac… tic-tac… e a cada minuto que passava, com o silêncio como aliado, dizia mais alto… Tic-Tac… Tic-Tac… O cérebro aturdido não conseguia ouvir mais do que aquele som … TiC-TaC… TiC-TaC… ameaçador… TiC-TaC… TiC-TaC… Cada vez que se permitia o devaneio de pensar, a mesma frase e a mesma imagem… TiC-TAC… TiC-TAC… nada as unia no mundo, mas naquela cabeça à procura de uma âncora, “fizemos-te o favor de fingir que serves” e o corpo que perdera pegado ao seu uma última vez, eram duas faces da mesma moeda: o falhanço, a perda, o isolamento.

E ele gritava-lhe para sublinhar a solidão: TIC-TAC! TIC-TAC!