Foram especiais desde o início, desde que me conquistaram com sorrisos, desde que entraram nos meus jogos sabendo dar respostas muito melhores do que as que eu esperava. As horas tardias - cheias dos cansaços do dia de trabalho, com famílias à espera em casa, viagens mais ou menos longas feitas e por fazer, esperas longas ou curtas - de uma aula cheia, cheia de gente, cheia de gargalhadas, cheia de vontade, deram-me alento nos regressos chuvosos. E era neles que pensava sempre que preparava algo diferente, sempre que a minha imaginação voava e trazia de longe uma nova aventura, era naquelas caras que eu esperava ver espelhado o ânimo.
Não sei se tudo mudou num momento ou se foi um processo gradual. Não sei sequer se algo mudou. Talvez tudo não tenha passado de imaginação minha. Talvez me tenha enganado redondamente e não o tenha sabido ver a tempo. Talvez as pistas tivessem lá e eu não as tenha descortinado. Talvez eu não tenha sido especial, apenas isso.
O abrir de olhos foi uma estalada na cara, mas foi bom. Não quero memórias fictícias nem saudades infundadas; assim, será muito mais fácil partir.
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