E se fosses tu aqui, ao meu lado, ao alcance de um braço estendido e de uma mão aberta?
* Rita Lee
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Momento kit-kat
A menina responsável deu um pontapé no futuro e decidiu afastar-se da rota por uns dias. Pode ser que venha a pagar caro por tal audácia, porém pode ser também que a necessidade de fugir da rotina precisasse de imperar para lhe manter a sanidade mental.
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Porque eu mereço
Depois de quase 100 testes corrigidos em menos de duas semanas, com orais, viagens e tensão à mistura, não quero pensar em mais nada até voltar a aterrar de novo na realidade, na próxima segunda-feira. Quero mar, sol, sal, areia, água, e tentar preparar o salto para superar o novo obstáculo que está à porta.
Ainda bem que há quem nos puxe da concha e nos faça ver que a vida pode ser muito mais bonita do que aquilo a que estamos habituados.
quinta-feira, 10 de junho de 2010
domingo, 6 de junho de 2010
Catarse I
Perdida em pensamentos e recordações não te senti chegar. Estava noutro sítio, num que não partilhava contigo apesar de ser debaixo do teu tecto. Fingiste não me abraçar mas foi rasando o meu corpo que as tuas mãos chegaram à pilha de Cds que eu investigava. Decidido tiraste um, aquele que eu estava à procura. Colaste a tua face à minha, encaixaste o teu queixo no meu ombro por primeira vez e murmuraste-me ao ouvido:
- Faixa 1 - Disse-te não ser essa a canção que procurava, que nem gostava particularmente dela, e como que lendo-me os pensamentos sorriste. - Queres a 7, eu sei disso, o que estava a querer dizer é que depois de hoje a 1 vai ser especial.
Tentei olhar para ti, mas já sem receios abraçaste-me a cintura, roçaste o meu pescoço e semeaste um beijo suave no lugar em que o teu queixo tinha estado. Fechei os olhos incrédula, estavas a conseguir aquilo de que há meses eu fugia. Afastaste-te um segundo e senti que o mundo ia terminar ali. Puseste a tocar a faixa 1. Rodaste-me entre as tuas mãos e não sei se a tentar ler-me a alma, olhaste no fundo dos meus olhos, aproximaste-te muito mais que antes e pegaste os teus lábios à minha voz. Inseguro, a tremer, abafaste o "não", que eu não te ia repetir, com o desejo que tinhas de me beijar.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Dos presentes que recebemos
Não há quem não goste de receber prendas. Podes ser dos que rasgam o papel com fúria para desvendar o que esconde, dos que as abrem com naturalidade e com um sorriso no rosto, dos que despegam cada bocadinho de fita-cola com cuidado para não deixar esgotar a magia ou até mesmo daqueles cuja timidez lhes exige uma revelação solitária. Sejas de que tipo fores, admite que de todas ofertas as que não esperas são aquelas que mais marca deixam. Foi um livro, acessórios para o Verão, uma mala para o computador, um relógio, e eu a sentir que o coração daqueles que ensino é tão maior do que eu e o seu carinho muito mais do que mereço.
Am I the one holding on?
Adoro a doçura que vejo quando te entregas ao toque da minha mão pousada na tua cara. Fechas os olhos, inclinas a cabeça devagar, encolhes o ombro e prendes, por momentos, a sensação da minha pele sobre a tua. Não é a carícia que te faço, é o como a recebes.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Baile mandado
Começou a valsa dos exames. Lenta, a três tempos, iniciou-se ontem com uma grande maioria de desconhecidos e dois ou três sorrisos familiares. E são os aparelhos de som que falham, e são as sintonias dos facilitadores de audição que fogem, e são os nervos a fazê-los suspirar, transpirar, tremer, falar demasiado alto nos corredores. E é passar por tudo com a tranquilidade de saber que nada está em jogo para mim. Por enquanto.
Mais tarde virão os suspiros que conheço, o desespero e os sorrisos nas caras que encheram a minha vida no último ano, os que não me foram apresentados e se porão nas minhas mãos, e aquela que tem de se pôr nas mãos de outros contra a minha vontade. Queria poder afirmar, sem sombra de dúvida, que cumpri este ano, que não estou minimamente nervosa porque sei que todos estão preparados para o que aí vem. Cá bem dentro até suspeito que assim seja. Mas na próxima segunda, quando voltar para casa com 4 envelopes cheios de papéis e esperanças, sei que o estômago vai estar apertadinho e o coração a galopar como um potro doido, na expectativa do futuro próximo de tantos deixados à minha mercê. E ainda que um exame final não tenha valor para mim - eu sei quanto vale todo e cada um dos que tive na frente durante 8 meses -, é essa a prova que vai ficar para a história individual deles como tarefa superada ou não superada.
Já agora, espero que o som funcione, que não esteja demasiado calor, que as sintonias não brinquem como ontem, que haja tecnologia suficiente para servir a todos, e que os meus meninos apenas tenham de se preocupar em controlar os nervos e mostrar o que sabem, porque valer, eu sei perfeitamente que valem muito.
terça-feira, 1 de junho de 2010
Quimeras
Quero aproveitar o que ofereces até ao tutano. Quero ter-te impresso na epiderme para que o sol não te leve depois de um qualquer Verão. Se te consigo ler bem, ao ofereceres o possível, anseias (tanto quanto eu) que a presença nos proporcione o momento de esquecer limites e restrições e nos entregarmos à necessidade um do outro.
Não me olhes nos olhos quando nos virmos, eles não têm muito para te dizer. Sente-me antes o cheiro e, esquecendo-te das algemas que o mundo nos pôs, encontra no meu abraço a nascente que te matará a sede.
Subscrever:
Mensagens (Atom)