Começou a valsa dos exames. Lenta, a três tempos, iniciou-se ontem com uma grande maioria de desconhecidos e dois ou três sorrisos familiares. E são os aparelhos de som que falham, e são as sintonias dos facilitadores de audição que fogem, e são os nervos a fazê-los suspirar, transpirar, tremer, falar demasiado alto nos corredores. E é passar por tudo com a tranquilidade de saber que nada está em jogo para mim. Por enquanto.
Mais tarde virão os suspiros que conheço, o desespero e os sorrisos nas caras que encheram a minha vida no último ano, os que não me foram apresentados e se porão nas minhas mãos, e aquela que tem de se pôr nas mãos de outros contra a minha vontade. Queria poder afirmar, sem sombra de dúvida, que cumpri este ano, que não estou minimamente nervosa porque sei que todos estão preparados para o que aí vem. Cá bem dentro até suspeito que assim seja. Mas na próxima segunda, quando voltar para casa com 4 envelopes cheios de papéis e esperanças, sei que o estômago vai estar apertadinho e o coração a galopar como um potro doido, na expectativa do futuro próximo de tantos deixados à minha mercê. E ainda que um exame final não tenha valor para mim - eu sei quanto vale todo e cada um dos que tive na frente durante 8 meses -, é essa a prova que vai ficar para a história individual deles como tarefa superada ou não superada.
Já agora, espero que o som funcione, que não esteja demasiado calor, que as sintonias não brinquem como ontem, que haja tecnologia suficiente para servir a todos, e que os meus meninos apenas tenham de se preocupar em controlar os nervos e mostrar o que sabem, porque valer, eu sei perfeitamente que valem muito.
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