Apesar da cor ser a mesma, a luz de antes era de outro cariz. Era uma dúvida, uma incerteza, sim, mas de se actuar ou ficar quieta, de se abrir a alma ao exterior ou encerrar-me na minha ostra particular. Fui contra mim mesma, aceitei voltar ao mundo de todos, não me arrependo porque o bom foi muito bom, mas os ensinamentos que daí retirei foram e são dolorosos.
A de agora também tem a cor da esperança, mas já não espera nada. Fica sentada, a contemplar o outro lado de uma baía de águas serenas e deseja que esse seja o futuro: o da inércia, o do não sentir, o do não excesso. Sem abundâncias desnecessárias e com a tranquilidade que o mar contido pela terra oferece. Nem sequer nadar, seria movimento a mais.
Talvez encontre algures no horizonte os olhos de Jay Gatsby e num momento de lucidez finalmente lhe entenda a resignação de esperar sem esperar, de ficar prostrado perante um futuro que não lhe serve mas a que está condenado.
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