quarta-feira, 24 de agosto de 2011

João

Seguramente será um lugar-comum dizer que se gostava de voltar aos bons velhos tempos. Mas ontem, entre papéis, reencontrei uma das pessoas mais fantásticas que conheci na Faculdade. Não era aquela aparência séria e distante que escondia um sentido de humor inteligente e corrosivo que me surpreendia. Era a aura de mistério: nunca sabia em que detalhe brilhante ele estava a pensar e tentar acompanhar qualquer conversa, mais ou menos séria, era tentar ser tão mordaz ou engraçada como uma pastilha elástica. O João intrigava-me, o que no meu absurdo dicionário abstracto era sinónimo de admiração, de fascínio. Ontem, no meio da organização obrigatória depois de obras em casa, encontrei algumas das conversas silenciosas que tínhamos nas aulas. E depois de as ler, não fui capaz de as deitar fora e guardei aqueles papéis como algo precioso. Alguém que criou o DJ António Vinil na Tasca da Seabra só pode ser genial. Só pode intrigar-me.

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