Agora tornada professora - aquela profissão que passei toda a infância e adolescência a dizer que jamais abraçaria - relembro aqueles que me influenciaram de tal maneira que me "fizeram" enveredar por um caminho que me parecia impossível.
Relembro a primeira educadora infantil (a Isabel) que eu adorava como só uma criança pode, a primeira professora primária (a D. Francisca, que tinha sido, por sua vez, aluna da minha avó), a primeira professora de inglês (a prof. Teresa) e a sexta (a prof. Elsinha, como ainda hoje gosto de me referir a ela), a professora de Ciências de 6º ano, a maravilhosa e inesquecível professora Guadalupe que despertou em mim a paixão pela minha própria língua, língua essa que hoje (muito orgulhosamente) ensino. Junto também à lista duas professoras da faculdade: a Professora Rita e a Professora Joana - porque me apoiaram, talvez sem saber, e me ensinaram a importância do método e a cultura do esforço. Me ralharam e me ofereceram uma mão, cada coisa a seu tempo.
Talvez estas duas últimas e outra a quem ainda não me referi (por merecer o maior destaque da minha vida académica) tenham sido as três pessoas que mais me influenciaram. Talvez por culpa delas queira ser cada dia melhor.
Sei que o meu trabalho não é tão importante como o delas. Eu não influencio ninguém, ensino adultos maravilhosos que já têm uma vida formada e organizada e que aprendem português como língua estrangeira por hobby. Tenho somente um ou dois adolescentes perdidos numa selva de gente crescida. Contudo, gosto de ser melhor para e por eles, gosto dos gestos de atenção e carinho, gosto de uma sala de aula cheia, e gosto de pensar que se me vissem por um buraquinho todos os docentes referidos aqui (e aqueles que não tenho a capacidade nem o talento de referir, ou tornaria este post numa lista interminável de nomes) teriam um pouquinho de orgulho por terem semeado algo na menina tímida, calada e reivindicativa ao mesmo tempo.
A todos o meu mais sincero obrigado. Contudo, principalmente tenho de agradecer à professora Adélia, pelo carinho, a paciência, o sentido de humor, o talento, a inspiração, por saber sempre estar presente mesmo quando não temos tempo para dizer um olá rapidinho. Obrigada, professora, por ter estado ao meu lado, nos momentos bons e maus (e até mesmo nos piores), por ter sido e continuar a ser o meu modelo, e por me ter ensinado tanto, na escola e fora dela.
* Post inspirado por uma lindíssima atitude da Fátima para com a nossa professora de Geografia que leio atentamente ainda que ela não saiba (o meu obrigado também a essa senhora fantástica que conseguiu que a disciplina de que eu menos gostava na escola se tornasse numa área interessante e estimulante).
5 comentários:
Sendo eu uma das "profs" a que fazes alusão, de uma forma tão "especial", o meu coração quase que não cabe no espaço limitadíssimo que lhe pertence... As memómias acabaram de vir ao de cima e inundaram completamente os meus olhos que, por momentos (e largos...)ficaram toldados de lágrimas e mimos!!!!! ...E, apesar de todas os constrangimentos que atualmente fazem parte da profissão de ser professor(a), acabei de carregar as baterias para, do modo que sei ser..., poder continuar a passar o testemunho por mais... talvez 40 anos, uma vez que a reforma... essa... talvez a venha a conseguir por volta dos meus 90 e tal anos...!!!! "Eles" é que não sabem que, graças a alunos e alunas maravilhossos e maravilhosas que tenho tido ao longo da vida e ao retorno mimado que continuo receber, me sinto perfeitamente preparada, feliz e realizada para continuar! Obrigada Susana. Também tu tens um lugar muito especial no meu coração!!
Reparem, por favor, como me esforço por interiorizar as novas regras ortográficas! "Atualmente" escreve-se mesmo assim, sem "c"... não se esqueçam!
Que bom tê-la por aqui e senti-la motivada para continuar. Às vezes é complicado, muito complicado... tudo o que envolve a nossa profissão - que não é aula real - dá vontade de mandar tudo ao ar e seguir por outro caminho.
Sei que já lhe tinha dito um dia aquilo que decidi escrever aqui, contudo, acho que as coisas importantes se devem dizer alto e bom som. Não vale a pena só reclamar do mau e esquecer o que é bom. Prefiro agarrar-me àquilo que vale a pena.
(Eu também tenho andado à briga com o Acordo, uffff)
Olá Susana:
Muito obrigada pelas tuas palavras. E ainda bem que te tornaste professora! Era uma pena se guardasses tudo aquilo que tu sabes só para ti :)
Beijinhos grandes e tudo de bom, Fátima
Encantado de ter sido aluno teu, aprendi muito e diverti mais. Saludos e sorte.
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