domingo, 31 de outubro de 2004

Crazy little thing called love

Podia pensar num milhão de pequenas coisas que nos denunciam quando estamos apaixonados. Mas, de repente, só consigo lembrar-me que até os defeitos alheios passamos a adorar.

Love you more than I will let you know

Sei que não virás ler isto. É melhor assim. Talvez eu só o escreva porque sei que nunca o vais ler. É por medo que não o digo, medo que não saibas retribuir. Assim não preciso ver a tua reacção nem ouvir o que dirias. Talvez um dia, quando crescermos, possamos reconhecê-lo. Parabéns, Cá.

sábado, 30 de outubro de 2004

Ao manter um blog dito "umbiguista" o mais complicado é chegar à conclusão que os leitores levam à letra todos os posts que são publicados. E às vezes os posts não são mais do que exercícios de estética, pequenas ficções, jogos de palavras ou conceitos, ocorrências momentâneas que nada têm a ver com a realidade.
Levem-nos a sério, mas não queiram acreditar que tudo o que se escreve aqui é real, porque não o é. São pequenas experiências de quem está a aprender.

Cromos FLULianos - A Rainha Suprema

A mim ninguém me apresenta, vocês não têm nem capacidade nem qualidade para isso.

Na falta de um estrado ( instituição que de forma alguma deveria ter desaparecido dos centros académicos) sento-me na mesa e sempre vos posso olhar de alto. Adorem-me e adulem-me, nada me fará feliz. Façam perguntas estúpidas para eu vos poder humilhar. Mas nunca - ouviram? -, nunca se atrevam a pôr-me em causa.
O meu sentido de estética não é dos melhores mas como meus súbditos sereis cegos para tais frivolidades.
Que vergonha não terem lido o Guerra e Paz aos 15 anos. Eu com 12 já tinha degustado esse pequeno-almoço. Porque para as refeições principais há que guardar sabores mais requintados. Por exemplo, a Odisseia de couvert, de primeiro prato Les Misérables, para prato principal a Obra Completa de Shakespeare (escrevi um livro sobre isso que vou passar a ler!) e como sobremesa algo leve:
- Para mim o Dom Quixote de la Mancha, por favor, e depressinha.
Dizem que me tenho em alta consideração. Nada disso! Eu sei quem sou e o que mereço, e cada encómio é-me devido. E claro que o que eu digo nas aulas em nada vos vai servir para responder aos meus testes. Eu sou a grande estrela, a entertainer, falo do que me apetecer; a análise literária façam-na vocês, eu depois decido se o vosso trabalho merece algum crédito ou não.
O único defeito que me podem apontar é ser vista na companhia de uns determinados reposteiros ambulantes. Mas essa situação nem eu mesma entendo.

Sempre Adriana

Entre por essa porta agora
E diga que me adora
Você tem meia hora
Pra mudar a minha vida
Vem
Vambora
Que o que você demora
É o que o tempo leva

ou

Rasgue as minhas cartas
E não me procure mais
Assim será melhor meu bem
O retrato que eu te dei
Se ainda tens não sei
Mas se tiver devolva-me

Para qualquer estado de alma há sempre uma canção dela. É só escolher.

sexta-feira, 29 de outubro de 2004

Caravana do Amor

Lembram-se nos velhinhos westerns americanos quando se traziam mulheres de fora para casar com os homens solteiros de aldeias pequenas em vias de desaparecimento? Descobri ontem que não estamos assim tão afastados dessa realidade.
Espanha, século XXI, aldeola perdida algures na Serra de Gata. Os homens são muitos, as mulheres nem por isso. Para que a terra não seja apagada do mapa faz-se uma festarola, oferece-se comida e um pézinho de dança e alguns mocinhos casadoiros saem com prémio. É fácil, é barato, não dará milhões, mas dá umas bodas e criancinhas a mais. A isto chama-se Técnicas de Manutenção do Território.

Paronomásias

A vida é uma amalgama de infelizes felicidades. Desiludo-me com a inútil ilusão de que voltarás um dia, pelo teu próprio pé; quando hoje abdico de ti de mansinho, sem que o notes.

quinta-feira, 28 de outubro de 2004

Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Carlos Drummond de Andrade
, Alguma Poesia (1930)
(É mais ou menos isto, mas com menos personagens...)

Sobre a procriação das minhocas...

tenho pouca coisa a dizer. Essencialmente, que não sei absolutamente nada sobre o assunto. Além disso, não me parece que haja por aqui alguém que queira ver essa matéria aprofundada. Sofia, confio em ti para me ajudares a ultrapassar esta crise de ideias e aconselhas-me a buscar inspiração no reino dos vermes? O único animal de que percebia alguma coisa era um coelho marado, e até esse eu já desisti de entender...

quarta-feira, 27 de outubro de 2004

Outra partida

Parece que este é o mês do afastamento dos bloggers. Primeiro Rodrigo, seguido da Inês, depois o Pastilhas e agora a Isadora.
Vamos ter saudades das vistas e paragens no teu cantinho, querida Isadora. Se algum dia quiseres reconsiderar, avisa por onde andas, estaremos lá para te ler.

De alma cheia

Um post para aquela que nos pediu anonimato.
Prometo não te linkar, não te importunar na tua liberdade criativa, nada disso.
Só queria dizer-te que foi um bálsamo voltar a ler-te. Voltei a sorrir e a chorar com as tuas palavras e sinto preenchido o vazio de leitora que me ficou quando desapareceste.
Um beijinho e muito obrigada.

"La gente lista es Chenoista"

Quando somos fãs de alguém não conseguimos ter o distanciamento suficiente, logo este post vai ser o menos idóneo que escrevi no blog.

Foi (para mim) o último concerto da gira do verão de 2004. Boadilla del Monte, Madrid. Disco: "Soy Mujer". Cantora: Chenoa.
À entrada, a maré vermelha que caracteriza qualquer concerto dela, as primeiras filas apinhadas de t-shirts rubras em tantas caras conhecidas. O pior é a espera, mas até isso vale a pena!
E ela chega, é a loucura total num céu qualquer. São as canções que todos conhecemos tão bem e que entoamos em conjunto a plenos pulmões e aquela voz que nos embala os gritos, os saltos e os sonhos. É a força no palco, o desgarre da voz que parece ir romper-se na nota seguinte (de tanta entrega), é o carácter, a personalidade, a guerreira que admiramos. Mas é também a pessoa doce, a calma e a sensatez, a mulher corajosa que nos chegou ao coração.
Cada acorde faz-nos recordar momentos, amigos, amores, dores e alegrias partilhadas em tantos outros concertos a que fomos. E é sempre a pessoa que não foi, a que nos faz mais falta ali.
Sempre gostei de música, sempre fui a concertos, mas não há outros que me façam sentir assim: em família, com o público e com os que estão no palco.
Acho que não soube explicar o porquê deste fascínio. Existe e ponto. Só sei que os amigos e a felicidade que me trouxe fazer parte deste fenómeno social, ninguém me pode tirar.
Reitero aqui a frase do clube a que com orgulho pertenço: "Lo nuestro no es una moda. Lo nuestro es para siempre!"

terça-feira, 26 de outubro de 2004

How to be reasonable

O que é que faço a esta tendência para idealizar o impossível?

segunda-feira, 25 de outubro de 2004

Mal-me-quer

Bem-me-quer



MUITO...

.............. pOuCo...

.......................... nada.

I'm a material girl

Após uma conversa sobre a sua confusa condição sentimental, uma amiga pergunta-me "Então e tu, ainda não arranjaste namorado?" Respondo-lhe calmamente que, do que preciso neste momento é de um emprego, não de um namorado. Ela afirma com convicção que namorar não é mais do que trabalhar a tempo inteiro como babysitter. Tento chamá-la à atenção para o facto de que ter um namorado não é um trabalho remunerado. "É sim, ele paga-te com o corpo", diz ela. Quando lhe digo que quero um emprego que me pague em dinheiro, ela responde "Materialista".

sábado, 23 de outubro de 2004

Estou de molho

a ver o dia passar.

sexta-feira, 22 de outubro de 2004

Cromos FLULianos - O Reposteiro

Digna de aparecer num qualquer filme de época de segunda, traja sem pudor os mais finos cortinados. Amiga de sua santidade The Pape e de um eminente escritor ex-presidiário, bate palmas nas alturas mais inapropriadas para parecer "chic a valer". Adora surpreender os alunos com a sua voz de bagaço e o seu accent imperceptível. Desconhece o que seja a linguística, embora insista que percebe imenso do assunto. O dia mas feliz que deu aos seus alunos não foi o último dia de aulas, mas aquele em que caiu artisticamente à saída da faculdade. Incompreendida entre a maior parte dos alunos, tem em mim uma acérrima admiradora, quanto mais não seja pelas gargalhadas que este verdadeiro cromo me suscita.

Cortes & Tretas*

Uma nova secção urge ser criada neste blog. Uma secção onde assuntos sérios, importantes, úteis e de interesse público jamais serão abordados. Falamos pois, de uma secção de cortes e tretas a que chamaremos Cromos FLULianos. Qualquer semelhança dos referidos cromos com a realidade é pura ficção (ou será o contrário?).

* In memoriam do nome atribuído aos encontros mensais de um grupo de amigos de faculdade depois de acabado o curso

quinta-feira, 21 de outubro de 2004

Musicais sempre under my skin

Quero muito ver este filme: De-lovely.
É que como não fosse suficiente ser sobre Cole Porter, com as canções de Cole Porter e ter o elenco de cantores que tem, ainda tem como actriz principal a fantástica Ashley Judd. Alguém quer vir comigo?

Deus das televisões,

prometo não voltar a dizer tanto mal da programação da TV em Portugal,
prometo aguentar com algumas coisas intragáveis que pululam pelos nossos ecrãs,
prometo não voltar a embirrar por os senhores directores de programas pensarem que somos todos amnésicos e que não nos lembramos que um determinado filme passou exactamente à mesma hora há 15 dias atrás,

mas por favor, por favor, faz desaparecer a televisão espanhola, já não aguento tantos reality shows, tanta conversa sobre os ditos, tanta coscuvilhice a que chamam jornalismo, tanta série estúpida que faz rir toda a gente menos a mim (deve ser uma questão cultural).
É insuportável!