domingo, 18 de julho de 2004

Declaração de Amor

 
Querido A.

Foi bom rever-te, foi muito bom saber que apesar de ainda pairar alguma insegurança quando estamos juntos a nossa amizade continua lá, basta procurar um bocadinho. Ver uma criação tua foi, é e será sempre uma emoção, escreves cada dia com mais profundidade e a capacidade de auto-crítica que adquiriste só te fica bem.
Devo admitir que o facto de teres dado o nó me surpreendeu. É estranho ver que a pessoa com quem mais me identifiquei ao longo da vida deu um passo tão importante e eu não estava presente. Acho que já não te sei ler os pensamentos, nem tu os meus, mas ficou a sintonia dos gestos e dos gostos, ficou aquele sentimento tão bonito que, ao fim ao cabo, estava apenas em época de hibernação.
Gostei de como continuas a não precisar de me fazer preguntas, para entenderes tudo. Parece que a estrelinha que nos fez nascer no mesmo dia vai continuar a iluminar-nos o caminho e querer-nos irmãos de alma, nas semelhanças e nas diferenças.

Uma Declaração de Amor faz-se cada vez que se diz "gosto de ti" e eu sinto por ti aquele Amor puro e desiteressado a que se chama Amizade.
Olha e já agora, senti muito a tua falta, não te vás embora de novo!