Como é que se chega até aqui?
Relembro os tempos em que fomos inseparáveis, em que não podiamos estar sem falar e sem nos ver. Época em que as confidências iam até altas horas, e em que a coisa mais fútil, mais tonta, tinha toda a graça do mundo. Quando nos contávamos tudo, apenas porque só assim fazia sentido; quando ultrapássavamos boatos com uma gargalhada.
Agora tudo mudou, sei as causas, confesso que não estava preparada para as consequências, mas não há volta atrás. Lamento que assim seja, que já não sintas a minha falta. Tenho pena que já não precises de mim, na mesma medida em que eu continuo a necessitar-te.
Não me resta mais do que recordar os anos em que tive a audácia de te chamar meu.