Não sei se é tempo que me falta, se vontade de colocar em palavras o coração. Já não sei definir-te em segundos, já não sei entender-te em poucas palavras. Será porque não fomos capazes de acompanhar o resto do mundo? Enquanto ele vivia depressa, nós ficámos suspensos entre definições de um qualquer dicionário abstracto, pensando que a calma e o sossego nos protegeriam de cair em excesso. Sem darmos conta, cedemos a esta dormência e agora arriscamos tudo para entrar no ritmo. Diz-me que vou saber escutar-te, que vou saber cuidar de ti como mereces. Diz-me que vais saber dar o melhor de ti, que vais saber entender o que preciso. Não te feches em ti mesmo, não te finjas indiferente, não desistas. Eu prometo não te deixar cair, não te fazer chorar, não te consentir adormecer novamente. Toma balanço e corre atrás. Quando aceitares a velocidade do mundo, vais seguramente perceber a vida a recomeçar.
quinta-feira, 3 de maio de 2012
sábado, 24 de março de 2012
Calamidades em crise
As festas de final de período na escola estão cada vez menos desastrosas. Estamos a perder qualidades.
terça-feira, 20 de março de 2012
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Ray of hope
Até o céu que acorda mais nublado tem guardado, algures, escondido, a espreitar, um raio de sol. E é este que ilumina o mar da vida, esteja ele tranquilo ou em turbilhão.
sábado, 18 de fevereiro de 2012
Partes do queijo
Tento fazer o que me dizes, dividir a vida no seu todo em segmentos mais pequenos para entender o que vai bem, o que vai mal e aquilo que se pode mudar. No meio da confusão só tenho uma certeza: tu!
Para quê?
Há dias em que é a única pergunta que me ronda a cabeça: Para quê?
Para quê o esforço? Para quê o cansaço? Para quê a dedicação? Para quê querer ser e fazer sempre melhor? Se a mediocridade nos circunda e triunfa, para quê insistir em tentar crescer no caminho que nos parece certo, quando dele não vem nada, nem sequer vem luz?
Afonia (?)
Podemos ficar sem voz por questões físicas ou simplesmente porque falar nos traria pressões desnecessárias. Então preferimos calar-nos e deixar passar o tempo, esperando que tudo se resolva por si só e não entendendo que quanto menos nos impomos, menos nos poderemos impor.
In memoriam
Não é da voz que sentirei a falta, para isso há cds e vídeos em casa e na internet, é do sonho. Enquanto ela estava neste mundo podia acreditar que a voltaria a ver e a experienciar a perfeição de uma voz irrepetível.
Os a que admirámos e amámos verdadeiramente continuávamos a manter viva uma réstia de esperança, e acreditávamos com profunda fé que chegaria o dia em que a diva (a nossa diva) recuperaria o fôlego e nos encheria de emoção outra e outra vez. E com cada tentativa o sonho renascia, e sempre que não resultava dizíamos ao mundo "não pôde ser" e a nós próprios "não era o momento adequado, mas o momento vai chegar".
E agora? Onde guardamos os pedaços do sonho não cumprido?
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Factum
Prefiro de longe a designação lusa para um emprego fixo na área em que trabalho. Para uma portuguesa -com toda a carga que tal nacionalidade acarreta - dizer-lhe que o seu "destino" é a 120 kms de casa é um peso psicológico quase impossível de aguentar. Afirmar que a minha colocação definitiva é no lugar X, permite-me acreditar que vai haver um momento em que os 240 kms diários se reduzirão. Chamar-lhe "destino" provoca-me um arrepio na espinha porque esta palavra para uma mente nascida e criada no lindíssimo "jardim à beira-mar plantado" está povoada de uma sensação de inevitabilidade que não quero na minha vida.
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Esforços vários
Costumamos fazer esforços porque nos vale a pena a recompensa que acarretam. Puxamos barcos, viajamos diariamente até ao infinito, corremos atrás do tempo, enfim, empurramos as barreiras impostas pelos nossos próprios limites e percebemos que estas cedem se tivermos força suficiente.
Mas qual é o limite dos nossos próprios limites? Onde é que está a linha que não podemos passar? Será que só nos apercebemos que o esforço foi demasiado quando o corpo ou a mente colapsam? Seremos assim tão injustos connosco mesmos que não entendemos que, às vezes, o esforço que parece meritório não é mais do que outro peso para arrastar ao longo dos dias?
It's a kinda magic
A combinação mais inesperada, feita por rede social ou aplicação nova no telemóvel, já não recordo bem, traz as melhores surpresas. Duas pessoas tão diferentes, com aparentemente nada em comum, mas que procuram o tempo possível para partilhar um bocado juntas e comigo.
Quando decidi - por conselho sábio - abrir-me um pouco mais ao exterior, esta não era uma situação que eu tivesse imaginado e ainda me parece magia o bom e o agradável que é ter ex-alunos que passaram a ser amigos.
domingo, 22 de janeiro de 2012
Dos amigos
Segundo o dicionário, um amigo é uma pessoa ligada a outra por sentimentos de afeição e consideração pessoal.
Sei bem quem são aqueles que considero amigos. Perdi alguns ao longo dos anos, é verdade. Porque me dececionei, porque se dececionaram comigo, porque a distância ou o corre-corre diário se interpuseram, porque houve mal entendidos ou simplesmente porque crescemos em direções diferentes. Ainda assim, sei quem são os que estão perto do coração, os que me cuidam e a quem cuido, os que me dão ombro, ouvido, sorrisos, com quem partilho alegrias e tristezas; a quem conto os meus pensamentos e emoções mais pessoais. E os que não passam de conhecidos ou colegas e que jamais chegarão a outro patamar na minha vida.
Os meus amigos, os de A maiúsculo, apoiam-me em qualquer situação, ajudam-me a curar as feridas, dão opiniões sinceras mas não julgam, dão conselhos quando lhos peço porém sabem calar se necessário e aceitar as minhas opções (sejam elas corretas ou não). Chegaram à minha vida há anos ou há meses, é indiferente, mas têm todos em comum a minha admiração, o meu respeito, a minha atenção e o meu apoio.
Se aqueles a quem chamamos amigos não fazem mais do que empurrar-nos para o fundo do poço e fazer-nos chorar, se calhar deveríamos repensar o conceito e tratar de escolher melhor a quem querer.
É por isso que dedico este post a todos eles (sem nomes porque sabem quem são) mas principalmente - se me permitem os restantes - à menina com quem partilho este cantinho da blogosfera, única entre vários, e que hoje cumpriu um aninho mais. Parabéns Jess!
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Grito vermelho num campo qualquer
Ao sentir a invasão, ao ver que nos devassaram a vida (não apenas a privada, mas também a íntima, a que deve ser apenas de dois), não nos fazem somente sentir mal pela exposição "pública" de sentimentos e emoções vividos, cortam-nos as asas, tolhem-nos a imaginação, fazem-nos sentir menos livres.
Não quero mais! Não admito mais!
Preciso de continuar a sentir-me cómoda e confortável neste cantinho da blogosfera portuguesa, onde há já sete anos e meio comecei a superar medos, a desbravar novos territórios, a conseguir fazer catarse e relativizar distâncias.
Acabou-se o silêncio a que me submeti para parar com os abusos, decidi voltar a casa e voltei para ficar!
(Permitam-me um pedido, já que decidiram ler-me neste pedido/exigência de respeito pela minha liberdade individual como autora de pequenos posts desinteressantes: se o comentário que estão a pensar fazer é desagradável ou de algum modo insultuoso não o façam porque penso apagá-lo uma, duas, três, quantas vezes forem necessárias. As rédeas da minha vida real e ficcional sempre foram e continuarão a ser usadas por mim, por ninguém mais.)
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Far from perfect
Sou de lágrima fácil e de temperamento difícil. Sonho acordada mas não me lembro dos meus sonhos quando acordo. Adoro letras, detesto números e, no entanto, faltam-me palavras para te explicar o quanto te quero e dou por mim a contar as horas para te voltar a ver. Não tenho meio termo, ou branco ou preto, ou muito ou nada, mas não me importo que me mostres que posso ser flexível e aceitar outras cores. Gosto de ensinar, quase tanto quanto gosto de provar e recolher o que posso das experiências e conhecimentos dos outros. Tenho defeitos, como tu, mas só eu sei os pedaços que se partiram e que fui incapaz de colar de todas as vezes que me magoaram. Prometo abraçar as tuas imperfeições se prometeres encontrar e devolver-me todos os bocadinhos que me faltam. Sou inconstante, impaciente, hesitante e tenho medo de compromissos. Gosto de estar sozinha, prezo muito o meu espaço e a minha liberdade, mas asseguro-te que não penso em fugir quando me prendes no teu olhar. Tenho a mania da perfeição, estamos tão longe dela, mas ainda assim, tenho-te a ti e tu tens, pelo menos, a paciência perfeita. Sabes que uma boa gargalhada pode curar (quase) tudo?
domingo, 20 de novembro de 2011
11
És tu o culpado por estes olhos distraídos quererem escapar aos teus. Não quero desfazer-me em sorrisos quando o meu olhar encontra o teu por engano. És tu o culpado por estes lábios receosos quererem esconder-se de ti. Não quero que, inadvertidamente, te contem o que, seguramente, quero calar. És tu o culpado por este coração apertado querer saltar-me do peito e fugir. Não quero correr o risco de esperar que venhas roubá-lo à revelia. E se estas ideias desordenadas pudessem encontrar um sentido?
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Sobre quadros e anjos
O cor de rosa desbota em sentido ascendente recuperando o vigor num azul que se aprofunda. Há um castelo iluminado no alto de um morro. Há também um rio atravessado por uma ponte de onde vejo tudo enquanto circulo pelos caminhos até há pouco desconhecidos. Há uma outra ponte, também ela iluminada (como o castelo), que pede que a percorra um dia destes, ao final do dia, pois é o lusco-fusco o que me atrai nesta pintura com várias perspectivas segundo o andamento.
Há também alguém que me faz querer voltar no tempos livres ao percurso que faço contrariada nos dias de trabalho.
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Desenho corações desde sempre. Enamorei-me, há muito, de forma redonda, das linhas que se precipitam e se unem num ponto comum. Pinto-os em cadernos, em folhas em branco, em livros de leitura e na areia da praia.
Porém há uma diferença. O coração - o meu -, que motiva o rabiscar de todos os outros, agora é rubro de paixão e está cheio de ti.
domingo, 25 de setembro de 2011
Winning hearts and losing minds
Às vezes parece-me que me estudaste ao pormenor, como quem avalia o inimigo e escolhe as suas melhores armas para preparar a batalha. Às vezes parece-me que te subestimei e devia ter investido mais tempo na minha estratégia de defesa. Às vezes apetece-me unir forças contigo e derrotar-me, vencer o inimigo no seu próprio território. Às vezes apetece-me lutar contra mim e, com as tuas armas, obrigar-me a render-me a ti. Às vezes sinto que me deixas mais fraca sem usares sequer as tuas forças. Estarás apenas à espera que eu amoleça para não teres que me quebrar?
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